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Fidgets: brinquedos antiestresse esquentam mercado e viram alvo de escolas

A moda dos minúsculos brinquedos que dizem combater o estresse chegou com força em 2017. Na Amazon norte-americana, eles ocupavam todo o Top 10 na categoria e também já fazem sucesso aqui no Brasil. Chamados de fidgets, são vários os modelos, mas os mais populares são os cubos com vários botões e os giratórios.

Essa nova mania supostamente foi desenvolvida para ajudar crianças com autismo e transtorno de déficit de atenção (TDA), ainda que alguns especialistas não acreditem muito nessa eficácia. De acordo com psicólogos consultados pela MONEY, pode ser que eles ajudem algumas pessoas, mas não existem evidências científicas de que sirvam para toda a população. “A doença mental é difícil de tratar e não é algo para o qual existam soluções simples”, explicou o doutor David Anderson.

E apesar de os fidgets serem uma nova mania, não dá para dizer que surgiram “do nada”: possivelmente você mesmo já deve ter se distraído com pequenos objetos, como clipes e tampas de caneta, em algum momento de sua vida. Esses artefatos ajudam as pessoas a se manterem focadas em suas tarefas, e os novos brinquedos seguem a mesma lógica.

Primeiros estudos

Em um artigo publicado no site The Conversation, a professora de mídia computacional Katherine Isbister analisa as diferentes técnicas usadas pelas pessoas para se manterem concentradas. Enquanto umas preferem silêncio absoluto, outras gostam de balbúrdia no escritório. Assim, cada um vai criando suas próprias artimanhas para deixar o foco fixado na tarefa a ser executada.

Os novos fidgets entram como um reforço nesse cenário, já que podem ajudar a manter a pessoa ocupada em algo repetitivo sem que outras distrações a interrompam. Katherine também fez um estudo no qual conclui que crianças com TDA realmente passam a prestar mais atenção na sala de aula quando são estimuladas por algum brinquedo, como bolinhas ou elásticos.

Entretanto, essa não é uma pesquisa definitiva, mas novas análises acontecem neste exato momento. A especialista em ciência comportamental Julie Schweitzer mostrou que crianças com TDA que ficam balançando repetidamente as pernas conseguem se concentrar melhor em tarefas que requerem um maior esforço cognitivo. Isso poderia ser um caminho para a repetição também ser feita com as mãos ou os dedos.

Veio para ficar

Apesar de os fidgets serem a moda de 2017, muitas escolas norte-americanas baniram o seu uso dentro das salas de aula – principalmente os modelos giratórios. A explicação seria de que esses brinquedos não ajudam a melhorar a concentração porque fazem com que os alunos fixem o olhar no objeto, e não no professor.

Os fidgets mais independentes, ou seja, aqueles que podem ser manuseados sem a necessidade de ficarmos olhando, são mais aceitos. Nessa categoria, é possível incluir tanto os minicubos quanto as bolinhas antiestresse. O que todo mundo concorda é que os educadores precisam começar a se acostumar com essa mania, já que ela aparentemente veio para ficar – se é que você acredita que ela só chegou agora.

(Megacurioso)

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