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SAIBA TUDO SOBRE A ANDROPAUSA

Caracterizado pela presença do hipogonadismo, isto é, a diminuição das funções das gônadas (testículos), a andropausa é considerada uma verdadeira epidemia nos EUA, que acomete entre cinco milhões e dez milhões de homens. Aqui no Brasil, conforme a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a situação parece ser semelhante. 

Muitos medos 

Para os homens, entre todas as nuances sintomáticas, as piores são mesmo a perda ou diminuição da libido e as disfunções eréteis, cujos processos são separados, mas codependentes. Assim, esse novo estágio da vida gera muita ansiedade e até depressão. A melhor saída é enfrentar o problema com honestidade, consigo e com uma possível parceira, e agir com tranquilidade, porque a andropausa é um fato natural da vida e esse tipo de disfunção sexual não significa impotência permanente.
 Robert S. Tan explica que, nessa fase, o homem poderá enfrentar mais dificuldades além daquelas ligadas à sexualidade, pois lidará com suas emoções, com a própria inteligência e coragem, além do caráter e comportamentos infantis. É claro que isso tudo pode afetar sua vida social: “Com baixos níveis de testosterona, a tendência é se tornarem mais frágeis, buscando maior interação com a família, que pode ter sido relegada por anos. Entretanto, apesar de todas as sensações de impotência que essas mudanças possam gerar, uma pesquisa realizada pela The EAR Foundation, uma ONG norte-americana, revelou que o maior receio dos homens na andropausa é a perda da independência”.
Não obstante o suporte psicológico possa ser muito valioso nesses casos, o médico mais apto para avaliar a situação é o urologista. Luciano Favorito diz que o diagnóstico é relativamente simples, realizado por meio de uma avaliação clínica associada aos exames de sangue, como a dosagem de hormônio masculino. Mas Robert S. Tan lembra que esses testes devem ser analisados com muito cuidado, pois os níveis hormonais podem oscilar ao longo do dia. Em sua opinião, é preciso que os parâmetros de normalidade sejam adequados à faixa etária do paciente: “A maioria dos laboratórios não sabe disso e geralmente disponibiliza limites que cobrem uma faixa que vai dos 20 aos 80 anos”. Outro aspecto que deve ser considerado, pondera Tan, é o chamado hipogonadismo relativo. “Muitas vezes um homem tem contagem normal de hormônios, mas apresenta todos os sintomas da andropausa”, explica. 

Sintomas 

  • Diminuição dos níveis de testosterona que não implicam no final da fertilidade masculina.
  • Atinge alguns homens a partir dos 50 anos.
  • 50% dos homens a partir dos 40 anos apresentam algum tipo de disfunção sexual, desde a diminuição da libido, até a falta de ereção.
  • Sintomas e sinais adicionais compreendem letargia, perda da libido, cansaço generalizado, perda de cabelo, diminuição dos testículos, perda da memória, desatenção, e mudanças de humor, diminuição da massa muscular e densidade óssea, suores noturnos e palpitações
  • Os sintomas podem ser minimizados por meio da Terapia de Reposição Hormonal

Reposição hormonal 

É aí que entra em cena a Terapia de Reposição Hormonal (TRH), que promove a reposição da testosterona por meio de adesivos, implantes, gel ou injeções. No caso do hipogonadismo relativo, se o paciente responde positivamente à terapia, ele está na andropausa. Aliás, acrescenta Favorito, “quando os pacientes manifestam alterações clínicas e laboratoriais características da DAEM, a reposição é indicada, o que geralmente é feito na forma injetável, com efeitos colaterais mínimos”. A providência pode melhorar sensivelmente a qualidade de vida do homem, mas um especialista deve acompanhar o tratamento de perto. Tan afirma que a terapia é contraindicada para quem tem câncer de próstata, hiperlipidemia (aumento da gordura circulante no sangue) e apneia do sono. E completa: “Os efeitos colaterais, em geral, se limitam ao inchaço das mamas e pernas”. Segundo o médico americano, o paciente também deve se submeter a exames regulares para controle da próstata, como o PSA (dosagem do Antígeno Prostático Específico).
Os dois especialistas são unânimes quanto aos benefícios das medidas preventivas. A receita combinabons hábitos alimentares e de saúde, além das consultas regulares com um urologista. Tan enfatiza ainda a importância da dieta nesses casos, já que, para ele, o homem é aquilo que come. Assim, seu conselho é estar muito atento na hora das refeições para consumir quantidades moderadas de proteína e grandes porções de frutas e vegetais: “Carboidratos devem ser consumidos minimamente, e isso inclui pães, doces, arroz e massas. A razão é que uma dieta com alimentos ricos em proteínas e pouco carboidrato constitui a base de sustentação dos níveis de testosterona e crescimento hormonal”. Asfrutas, por sua vez, agem como antioxidantes atuando com suas propriedades anti-idade. Quanto à prática de exercícios, pouca ou muita atividade são desaconselháveis: correr mais de 60 minutos, por exemplo, pode abaixar os níveis de testosterona. “O segredo está no equilíbrio e nos exercícios aeróbicos moderados, combinados com pesos, por 30 minutos e algumas vezes por semana”, recomenda Tan.
(Viva Saúde)

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