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Presidente russo inclui crise síria na agenda do G20

Putin discursa na abertura da sessão de trabalho do G20, no Palácio Constantino
A cúpula dos chefes de estado do G20, grupo que reúne as vinte maiores economias do mundo, foi aberta nesta quinta-feira, em São Petesburgo, na Rússia. Oficialmente, a pauta do encontro é a situação econômica mundial, com discussões acerca da crise na Europa e a conjuntura nos países emergentes. Logo na abertura do evento, porém, o presidente russo, Vladimir Putin, que preside a reunião, trouxe à tona o tema que promete dominar os debates: a crise síria. Putin incluiu oficialmente a Síria na agenda do G20, propondo que a situação do país árabe seja discutida durante um jantar de trabalho dos chefes de estado presentes ao encontro.
“Alguns participantes me pediram um tempo e a possibilidade de discutirmos outros temas urgentes da política internacional”, afirmou Putin em seu discurso. “Sugiro que façamos isso durante o jantar”, acrescentou o presidente russo, que é firmemente contrário a qualquer ação militar na Síria. A cúpula ocorre em meio à tensão entre Rússia e Estados Unidos, que divergem sobre qual deve ser a posição em relação ao regime do ditador sírio Bashar Assad. Os americanos defendem uma intervenção militar limitada para punir o regime, acusado de usar armas químicas contra a população num ataque em 21 agosto, uma ação que deixou cerca de 1.400 mortos, segundo os EUA. 
Já a Rússia, aliada de Assad, exige mais provas do envolvimento do regime no ataque e quer uma solução diplomática para o conflito. Na mais recente troca de farpas entre os dois países, Putin chamou, na quarta-feira, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, de “mentiroso”, quando o americano disse no Congresso que a rede terrorista Al Qaeda não estava operando na Síria. 
Também causa atrito entre os dois países o asilo concedido pelos russos ao ex-analista da Agência Nacional de Segurança dos EUA Edward Snowden, que após vazar milhares de documentos, fugiu para a Rússia.   
O presidente Obama chegou a São Petersburgo por volta das 14 horas (7 horas em Brasília). A escala anterior do americano havia sido na Suécia, onde ele se reuniu com o primeiro-ministro do país, Fredrik Reinfeldt. Na ocasião, Obama voltou a defender uma ação contra o regime de Assad, afirmando que o ato bárbaro de atacar civis não poderia ficar impune. O americano também disse que a “credibilidade do mundo está em jogo” na crise.
Na chegada ao Palácio de Constantino, onde ocorre o encontro do G20, Obama foi recebido por Putin. Os cumprimentos duraram cerca de quinze segundos, e foram classificados como “frios” pelos jornalistas presentes.  
A delegação da China, outro país aliado de Assad, pediu que a crise síria seja resolvida com diplomacia. “A guerra não pode resolver o problema na Síria. A situação atual mostra que a solução política é o único caminho para resolver este assunto”, afirmou Qin Gang, porta-voz da delegação chinesa.
(Veja)

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