A arbitragem baiana: Um reflexo da decadência
Quando o assunto é arbitragem, como já diz o velho ditado, “é bom deixar as barbas de molho”. E no último final de semana, essa expressão popular se mostrou mais atual do que nunca. Erros grotescos e falhas primárias marcaram partidas em todo o Brasil, evidenciando a falta de atenção, preparo, responsabilidade e domínio por parte dos árbitros centrais. Em jogos disputados, a expectativa é de uma condução firme e precisa, mas o que se viu foi o oposto: decisões questionáveis que parecem ter saído das mãos de profissionais sem a devida formação em escolas de arbitragem.
O cenário da arbitragem brasileira atravessa uma de suas piores fases neste início de ano. Para agravar ainda mais a situação, o grande auxiliar da modernidade, o VAR, está ausente da maioria dos campeonatos regionais e estaduais, seja por questões financeiras ou logísticas. E, quando o árbitro de vídeo não está presente, o impacto dos erros se torna ainda mais evidente.
No último sábado, 1º de fevereiro, o clássico Ba-Vi de número 500 deveria ter sido um marco na história do Campeonato Baiano. O jogo recebeu ampla cobertura de marketing e foi cercado de expectativas. Com a presença exclusiva da torcida do clube mandante, por determinação do Ministério Público, o cenário estava pronto para um espetáculo esportivo. No entanto, o que deveria ser uma celebração do futebol se transformou em um exemplo claro da crise na arbitragem.
Desde o apito inicial, o árbitro central demonstrou falta de controle, permitindo discussões acaloradas e brigas em campo sem a devida intervenção. O cúmulo da desorganização veio com erros que interferiram diretamente no resultado da partida: um pênalti claro não foi marcado, e uma jogada promissora foi interrompida de forma equivocada, colocando o árbitro no centro das atenções e ofuscando o brilho do clássico.
No dia seguinte, mais um capítulo da decadência da arbitragem baiana foi escrito. Em outra partida do campeonato estadual, um gol em flagrante impedimento foi validado, comprometendo a emoção e a justiça do jogo. Embora a equipe prejudicada tenha conseguido uma virada histórica, o erro grotesco não passou despercebido.
A Federação Bahiana de Futebol precisa urgentemente investir na qualificação dos seus árbitros. A ausência do VAR, embora compreensível em termos financeiros, não pode ser desculpa para atuações tão abaixo do esperado. O futebol, que deveria ser um espetáculo de técnica e emoção, tem sido manchado por decisões equivocadas que geram frustração entre atletas, torcedores e profissionais do esporte.
Que a reflexão sirva de alerta: sem uma arbitragem de qualidade, o futebol perde a sua essência, e o que deveria ser uma celebração se transforma em um show de lamentações.
Visão Cidade