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Fogo destrói a esperança de famílias vítimas da seca em município baiano

A esperança de centenas de famílias vítimas da seca no município baiano de Maracás foi consumida pelas chamas na noite do último sábado. Por volta das 21h, um incêndio destruiu mais de mil cisternas de fibra plástica, com capacidade para 16 mil litros de água, doadas pelo Governo Federal através do Ministério da Integração Nacional.
Os equipamentos seriam distribuídos para a população afetada pela estiagem que atinge a zona rural do município. De acordo com o blog Vandinho Maracás, das 1.345 cisternas, apenas 70 foram salvas por moradores da região, que desafiaram as chamas. O restante do material foi destruído ou danificando a ponto de impossibilitar seu uso. Segundo o meio de comunicação local, alguns moradores de Maracás já estariam planejando festas para receber as cisternas, mas com o incêndio, a alegria foi interrompida e o sofrimento continuará por mais algum tempo.
O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas só chegou ao local por volta das 23 horas e já não havia mais o que salvar. A Polícia Técnica periciou a área atingida pelas chamas e apenas o laudo poderá esclarecer se o incêndio foi acidental ou criminoso.
O lote de cisternas destruído pelo incêndio em Maracás fazia parte do investimento do Programa Água para Todos, que previa implantar 12 mil cisternas de polietileno em nove municípios do semiárido baiano, a fim de fortalecer as ações de convivência com a seca. A iniciativa é resultado do convênio assinado entre o Ministério da Integração Nacional e a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), no valor de R$ 23 milhões.
O primeiro município contemplado com a ação foi Euclides da Cunha, localizado a 311 quilômetros de Salvador. Mais de duas mil cisternas foram entregues à famílias, que estão sendo capacitadas quanto ao uso do reservatório. Para que seja garantida a boa qualidade da água, a capacitação oferece informações sobre instalação, funcionamento e limpeza das cisternas.
A moradora da comunidade de Araçás, Nívia dos Santos, 28 anos, foi uma das primeiras a receber a cisterna de polietileno. Ela contou que antes buscava água em outras localidades. “Tenho três filhos pequenos e, às vezes, eles ficavam com os vizinhos para que eu pudesse ir atrás de um balde de água. Agora vou ter descanso e mais tempo com as crianças”.
Além de Maracás, Euclides da Cunha e Araças, os municípios de Canudos, Nordestina, Cícero Dantas, Fátima, Crisópolis, Jequié e Santa Terezinha estão sendo contemplados com a ação, que conta com a parceria do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS).
Segundo o secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, que coordena na Bahia as ações de convivência com a seca, a efetivação deste convênio possibilita a democratização do acesso à água. “Além de obras estruturantes, o governo viabiliza intervenções de menor porte, mas de grande importância, permitindo às famílias condições de convivência com o clima do semiárido”. Até o fechamento desta edição, o governo estadual não havia informado que medidas serão adotadas para minimizar o impacto da perda das cisternas no incêndio em Maracás.

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