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Paquistão condena médico que ajudou CIA a achar Bin Laden

Um médico paquistanês que ajudou os Estados Unidos a encontrar o fundador da rede terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden, foi condenado nesta quarta-feira a 33 anos de prisão por traição. Ashakil Afridi poderá recorrer do veredicto dado por um tribunal na região tribal de Khyber.
A área semiautônoma segue uma legislação conhecida como Regulações de Crimes de Fronteira (FCR, na sigla em inglês), criticada por ativistas por violar direitos dos réus. Eles não têm direito, por exemplo, à representação legal ou a apresentar provas.
Shakil Afridi coordenou um falso programa de vacinação que permitiu que a CIA (agência de inteligência dos EUA) coletasse amostras de DNA e verificasse a presença de Bin Laden na mansão de Abbottabad, no Paquistão, onde forças americanas o mataram em maio do ano passado. O governo paquistanês condenou o fato de não ter sido avisado sobre a operação, que prejudicou a relação entre os dois países.
Os EUA fizeram vários apelos pela libertação de Afridi, dizendo que seu trabalho serviu tantos aos interesses americanos quanto aos interesses paquistaneses.

O Paquistão, por sua vez, afirmou que qualquer país condenaria um cidadão que trabalhasse para uma agência de inteligência estrangeira.
A condenação acontece em mais um momento sensível na relação entre os dois países, que não entraram em acordo sobre a reabertura de rotas paquistanesas necessárias para levar suprimentos as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão. O Paquistão fechou a rota há seis meses em retaliação a um ataque americano que matou 24 soldados paquistaneses.
Afridi também foi condenado a pagar uma multa de cerca de US$ 3,5 mil. Se não pagar, terá de passar mais três anos e meio na prisão, segundo autoridades judiciais de Khyber.
O médico foi demitido de seu cargo no governo paquistanês há dois meses. Segundo o jornal britânico Guardian, o recrutamento do médico fez parte dos longos preparativos americanos para a operação que levou à morte de Bin Laden. A intenção era fazer um profissional de saúde entrar no complexo e obter uma amostra de sangue de seus filhos. Assim, um teste de DNA poderia ser feito para confirmar a sua presença no local – algo que, até então, era difícil de verificar com precisão.
O DNA das crianças seria comparado ao de uma irmã de Bin Laden, cujo material genético já havia sido obtido. O jornal não informou se a CIA conseguiu obter o DNA de Bin Laden, embora um informante indique que a operação não teve sucesso. Os EUA evitaram comentar o caso.
Com BBC e AP(IG)

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