Vera Cruz: Um relato muito forte de um professor
A classe da educação do município de Vera Cruz foi impactada recentemente pela divulgação, nas redes sociais do atual prefeito, do envio de um Projeto de Lei (PL) à Câmara de Vereadores propondo a criação de um 14º salário para os profissionais da área. A iniciativa foi recebida com opiniões divididas: enquanto alguns a consideraram uma atitude positiva, outros interpretaram como uma medida paliativa, dado que a classe busca melhorias mais amplas e estruturais. Essa perspectiva é reforçada pelo relato de um professor do município, que destaca as reais necessidades enfrentadas pela categoria.
Confira o relato abaixo.
Iniciativa importante e bem vinda. No entanto, se não vier acompanhada de outras medidas capazes de possibilitar melhores condições de trabalho para os servidores da educação e políticas públicas para permanência e desenvolvimento dos educandos no ambiente escolar, se tornará mais uma lei inócua.
Uma escola onde ou ministra aula sob um calor infernal ou ao ligar o ventilador não consegue dar aulas por conta do barulho ensurdecedor que o mesmo produz. Onde falta material didático, não fornece uma merenda adequada, falta de laboratório de ciências, informática, internet de péssima qualidade, biblioteca sucateada. Escola onde os educandos da EJA (noturno) tem uma evasão absurda, pois não existe uma política pública no município que favoreça a permanência na escola e outras mazelas que são vivenciadas em Vera Cruz. Convido o Sr Prefeito e os demais munícipes a visitar as escolas… Ao elaborar essa lei, sem levar em conta todos esses elementos, é dizer que o não avanço no IDEB é responsabilidade única e exclusiva do professor. Será mais frutífero cumprir a legislação federal (lei do piso) e municipal (plano de cargos e salário), que traz dignidade salarial aos servidores e infelizmente foi reiteradamente descumprida pelo gestor anterior. Espero ter contribuído com sua gestão…
Por: Professores Jailson
Visão Cidade