Os relatos históricos sobre pandemias vão além do século XX e XXI e preocupam a humanidade à bastante tempo. Encontramos registros históricos de duas doenças pandêmicas na Ilha de Itaparica:
Peste das Bexigas (Varíola) – Foi uma das doenças responsáveis por dizimar boa parte da população ameríndia na América espanhola e portuguesa. Em 1563, a ilha de Itaparica registrou os primeiros casos do Brasil . A doença acabou dizimando boa parte da população nativa, tendo o surto encerrado somente em 1565.
Colera – Outra doença pandêmica que dizimou parte da população da Bahia e também da Ilha de Itaparica foi o cólera em 1855. As primeiras mortes por cólera de acordo com o historiador Onildo Reis David, começaram em 21 de julho de 1855, acometendo dois pescadores de baleia (atividade que também era realizada em Itaparica) no bairro do Rio Vermelho.
Nesse período faltava de tudo nas cidades do interior: arroz, farinha, carne, bolachas. Esse foi o caso da Ilha de Itaparica, que foi atingida principalmente na pequena vila de pescadores do Baiacu, onde seus moradores costumavam se alimentar de peixes.
Com a execução de atividades degradantes insalubres, como a pesca de baleias e o transporte de dejetos por escravos, a bactéria encontrou um ambiente perfeito para se proliferar e vitimar milhares, em sua completa maioria, escravizados africanos. Na antiga vila boa parte das casas não tinha esgotamento sanitário e nem água encanada. As fontes de água não tinham proteção e ainda havia os hábitos condenáveis que favoreciam a pestilência.
( Ismael L. Pitanga, graduado em História (UFBA), mestrando em História UNEB(PPHIS); Ivaneide Pitanga, Graduada em Geografia UNEB, Especialista em Mineração e Meio Ambiente (UFRB), mestranda em Geografia UFBA (Pós-Geo), 2020).
REFERÊNCIAS:
David, Onildo Reis. O inimigo invisível: epidemia na Bahia no século XIX. Salvador, Sarah Letras/ EDUFBA. 1996.
Osório, Ubaldo. A Ilha de Itaparica história e tradição, IV Edição. Fundação Cultural do Estado da Bahia. 1979. p. 34-38
SCHATZMAYR, Hermann G. A varíola, uma antiga inimiga. Cadernos de Saúde Pública. Nov./Dec. 2001.
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