Entenda por que insetos ‘invadiram’ casas de baianos na quarentena
Em tempos de quarentena e isolamento social, uma companhia inusitada vem sendo percebida por quem está em casa. A presença de insetos como grilos, esperanças e até borboletas tem sido mais notada nas casas e apartamentos dos soteropolitanos.
O maior tempo em casa até faz com que a presença dos insetos seja percebida com mais facilidade, mas essa não é a única explicação. A professora do curso de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Favisia Freitas tem outra teoria.
“Seria preciso um estudo para comprovar, mas acredito que, com a quarentena, a oferta de luminosidade na rua diminuiu e as luzes nas casas ficaram mais atrativas aos insetos”, explica a professora, que é taxonomista de insetos.
Aliado à quarentena, que acabou por diminuir a luminosidade nas ruas, com o fechamento de alguns estabelecimentos e a redução de movimento em bares e restaurantes, a época do ano também fez com que esses visitantes se tornassem mais frequentes.
“Com as chuvas, o céu nublado, tudo mais escuro, a luz nas casas chama mais atenção. Se o céu está mais limpo, se é noite de lua cheia, por exemplo, isso já diminui”, explica a professora.
Interior
O fenômeno é mais comum no interior, já que as cidades maiores costumam ter mais oferta de luz nas ruas. “Na capital o excesso de luz nas ruas é maior, por isso que no interior, pode ser mais comum acontecer”, detalha a professora.
Com as medidas contra o novo coronavírus, que atingiu cidades maiores como Salvador, foi a vez dos moradores da capital se depararem com o fenômeno.
“Um dia desses, na semana passada, acho que todos os insetos de Salvador decidiram que a luz do meu quarto era o melhor lugar do mundo, nunca vi tantos juntos, de uma vez só”, brinca o estudante Pedro Souza. Segundo ele, no dia da ‘invasão’ chovia bastante no Imbuí, onde mora o jovem. (Correio)