Comissão de Cultura debate as Matrizes do Forró
A defesa das Matrizes do Forró como Patrimônio Imaterial da Humanidade foi o tema da audiência pública realizada na manhã desta terça-feira (9), no auditório do Centro de Cultura da Câmara de Salvador. O presidente da Comissão de Cultura do Legislativo Municipal, vereador Silvio Humberto (PSB), dirigiu o debate. A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), integrante da comissão, também participou da reunião que discutiu, juntamente com representantes e ativistas do forró, políticas públicas que valorizem a cultura junina.
Para o vereador Silvio Humberto, a busca pelo reconhecimento da importância cultural do forró vai garantir não só a preservação da matriz cultural, mas a movimentação de geração de trabalho e renda. “O forró é algo que consegue movimentar os nove estados do Nordeste. Acho que tem mais volume que o Carnaval. O que estamos fazendo hoje é atender o clamor da classe, sobretudo a artística que vivencia diariamente os desafios para manter viva a tradição do forró”, destacou o vereador Silvio.
A vereadora Aladilce acredita que as movimentações, em níveis local e nacional, para preservar o gênero musical, podem “elevar o forró à categoria de patrimônio imaterial do povo brasileiro, pois reflete muito as ‘nossas’ raízes culturais”.
“É preciso que a Câmara e as instituições que têm responsabilidade com a cultura façam esse processo de salvaguardar o forró e as suas matrizes, senão vamos acabar perdendo esse patrimônio tão grandioso”, alertou Aladilce, que comentou sobre outros gêneros musicais que “têm tomado o espaço do forró”.
Proteção
A diretora do Instituto Maracatu Bizoro Avoador e presidente do Comitê Gestor de Governança do Forró, Rozania Macedo, falou sobre o processo em andamento junto ao Iphan para declarar as matrizes do forró como patrimônio imaterial.
“Essa audiência faz parte do conjunto de ações pertinentes à instrução do Iphan Nacional, Iphan da Bahia e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia (Ipac). Em 2020, vai sair o dossiê e o bem se torna um bem registrado por meio do decreto do Iphan”, pontuou Rozania Macedo.
Demandas
“Os detentores, forrozeiros, quadrilheiros, sanfoneiros e demais integrantes do forró vão se manifestar em relação às relatorias técnicas anexadas ao processo. A partir do bem registrado, haverá a implementação de políticas públicas. Com o dossiê será possível promover a promoção e a valorização do forró. É preciso implementar leis que venham a defender o forró na esfera municipal. Então, o Legislativo está de posse de uma sugestão de leis que possam valorizar e proteger o forró no município”, detalhou a presidente do Comitê Gestor de Governança do Forró.
Também compuseram a mesa Rozania, Macedo; Ely Razek Machado diretora do Movimento Junino e da quadrilha Forró do ABC; Guilherme Akira, presidente da Ordem dos Músicos da Bahia; Val Macambira, representante dos músicos e conselheiro Nacional de Cultura; e o gerente de Patrimônio Cultural, Edwin Neves.
A audiência foi encerrada com a apresentação de dança da Quadrilha Forró do ABC.