Esporte

Coleção negativa: o rebaixamento do Vitória em cinco tópicos

1. Vitória é o time mais vezes rebaixado nos pontos corridos
Com o rebaixamento deste ano, o Vitória isolou-se como time que mais vezes caiu da Série A na era dos pontos corridos, iniciada em 2003, quando foram estabelecidos critérios objetivos de classificação para o descenso. São quatro quedas em dez participações na primeira divisão do Brasileiro, sendo esta a terceira na década.

O Vitória deixa para trás um pelotão com outras cinco equipes. Avaí, Coritiba, Figueirense, Ponte Preta e Vasco também tem três rebaixamentos na era dos pontos corridos. O time carioca, em 15º, é o único que pode igualar o rubro-negro baiano no topo do ranking negativo, já que os demais não estão na primeira divisão neste ano.

Outra curiosidade: todas as quedas foram concretizadas no Barradão. A primeira em 2004, na gestão de Paulo Carneiro, quando o rubro-negro perdeu para a Ponte Preta por 2×1, na 46ª e última rodada (a Série A tinha 24 times). O Leão já estava no Z4 há quatro jogos, mas um triunfo o teria salvo da degola. O técnico naquela partida foi Evaristo de Macedo.

Em 2010, o Vitória teve um confronto direto com o Atlético-GO na última rodada. Bastava vencer para trocar de lugar com o Dragão, empurrando-o para a Série B. Empatou em 0x0 e amargou o segundo rebaixamento apenas quatro meses depois de ter chegado à final da Copa do Brasil. O técnico era Antônio Lopes, e o presidente, Alexi Portela Júnior.

Por fim, em 2014, a situação era um pouco mais difícil: o Vitória precisava vencer o Santos em casa na última rodada e torcer por um tropeço do Palmeiras contra o Atlético-PR em São Paulo. O Verdão até tropeçou – empate em 1×1 –, mas o Leão fez pior. Perdeu por 1×0, gol de Thiago Ribeiro, e veio a terceira queda, sob a presidência de Carlos Falcão. O técnico era Ney Franco.

2. A pior campanha da história rubro-negra, por enquanto
Não bastou ao Vitória ter caído para a segunda divisão. O rubro-negro ainda obrigou a torcida a assistir ao que pode ser a pior campanha da equipe em dez participações na Série A de pontos corridos. Após o empate contra o Grêmio, são 37 pontos conquistados em 37 jogos, aproveitamento de 33%.

Se vencer o Palmeiras domingo (2), no Allianz Parque, o Vitória evitará esta marca. Até o momento, a pior campanha da história do clube na Série A aconteceu em 2014, quando o Leão caiu em 17º lugar com 38 pontos. Portanto, em caso de empate o recorde negativo será igualado.

Em termos de colocação, o rubro-negro já foi rebaixado uma vez como vice-lanterna (posição atual), em 2004. Naquele ano, porém, o Vitória teve aproveitamento de 34,7%, melhor que o de 2014 e que o deste anol.

A pior campanha da história da Série A está bem abaixo disso. Em 2007, o América-RN caiu em último lugar com 17 pontos, aproveitamento de 14,9%.

A melhor campanha do Vitória nos pontos corridos, em 2013, é também o melhor desempenho de um time nordestino, 5º lugar. Naquela edição, o Leão fez 59 pontos.

3. Leão nunca sofreu tantos gols
A temporada 2018 entrará para a história como a de pior defesa do Vitória, pelo menos na era dos pontos corridos da Série A com 20 times, iniciada em 2006. Após o empate por 0x0 com o Grêmio, no Barradão, foram 60 gols sofridos em 37 jogos e contando, já que ainda tem o duelo com o Palmeiras, domingo (2), no Allianz Parque, em São Paulo.

Na temporada passada, o rubro-negro sofreu 58 gols no campeonato. Era a pior defesa do Vitória até agora.

A defesa do clube, no entanto, não é a pior da história dos pontos corridos. Está longe disso, aliás. O recorde é do América-RN, que na edição de 2007 sofreu nada menos que 80 gols ao longo de 38 jogos.

Mas o rubro-negro não mostrou fragilidade defensiva apenas no Brasileirão. A marca de gols sofridos no ano é quase de três dígitos: já são incríveis 92 gols tomados em 2018 “na prática”. Para efeito de tabela, são 94.

A conta “na prática” não leva em consideração os gols do 3×0 concedido ao Bahia por meio do regulamento no Ba-Vi do dia 18 de fevereiro, que acabou por causa de cinco expulsões do Vitória. Inclui, porém, o pênalti convertido por Vinícius naquele clássico, que em campo estava empatado em 1×1. A soma da tabela, no entanto, contabiliza os dois gols “extras” do 3×0.

Seja qual for a conta que o torcedor preferir, o Vitória tem a pior defesa na temporada entre os 20 times da Série A. Quem chega perto da marca é o Vasco, que sofreu 91 gols. Tanto o Leão quanto o time carioca têm a mesma quantidade de jogos no ano, 66.

Portanto, no campo, o Vitória tem uma média de 1,39 gol sofrido por partida. E oficialmente, considerando o placar de 3×0 do W.O, a média sobe para 1,42. Considerando só o Campeonato Brasileiro, a média rubro-negra é ainda pior: 1,62 gol sofrido por rodada.

4. E nunca fez tão poucos
A não ser que faça quatro gols na última rodada diante do Palmeiras, o Leão vai terminar o ano com o seu pior ataque na era dos pontos corridos. Por enquanto, são apenas 34 gols marcados em 37 jogos, média de 0,92 por partida.

Até o momento, a pior produção ofensiva do rubro-negro numa edição da Série A dos pontos corridos aconteceu em 2014, também um ano de rebaixamento. Naquela campanha, o time – que tinha no ataque jogadores como Dinei, Edno, Caio, Marquinhos e Marcinho – marcou 37 gols em 38 rodadas, média de 0,97 por rodada.

O Vitória só marcou mais de um gol em oito dos 37 jogos que disputou até o momento no Brasileirão 2018. Cinco deles aconteceram até junho, antes da pausa para a Copa do Mundo, e portanto sob o comando do técnico Vagner Mancini.

Dos nove triunfos do rubro-negro no campeonato, sete foram por 1×0. O último em que o Leão marcou pelo menos dois gols foi o 2×1 sobre o Ceará, em 20 de maio. O outro foi o 3×2 contra o Vasco, uma semana antes. Ou seja, ambos há seis meses.

O melhor ataque do clube no Brasileiro dos pontos corridos foi em 2013. Naquele ano em que o setor tinha Dinei, autor de 16 gols, Maxi Biancucchi, que fez 11, e Marquinhos, que balançou a rede sete vezes, o Leão terminou a Série A com 59 gols marcados.

5. Pior média de público dos últimos anos
Além das dificuldades vividas em campo, a equipe não contou com o apoio maciço da torcida nas arquibancadas do Barradão. A Série A 2018 teve a pior média de público do clube na elite do Brasileiro, pelo menos desde 2008, na primeira vez em que disputou o campeonato em pontos corridos com 20 times.

O Vitória fechou o ano com média de 9.182 torcedores por jogo. Em 2014, ano em que também acabou rebaixado, a média em casa foi de 10.267 pessoas por partida. A melhor média foi em 2010, quando brigou pelo título da Copa do Brasil até agosto e acabou caindo para a Série B em dezembro. Naquele ano, o estádio teve 15.849 pagantes por rodada no Brasileirão.

O maior público pagante do Vitória na Série A deste ano foi no Ba-Vi do dia 11 de novembro, pela 33ª rodada, que acabou empatado em 2×2. Naquela partida, 21.714 torcedores foram ao Barradão. O segundo maior público foi pela 30ª rodada, quando o Leão empatou também em 2×2 com o Corinthians: 17.982 torcedores, no dia 21 de outubro.

Entre os 20 clubes da Série A 2018, a média de público rubro-negra só é maior que a da Chapecoense (8.846), do Paraná (6.445) e do América Mineiro (4.932).(Correio)

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