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Prefeitura inicia obras do novo Centro de Convenções de Salvador

As máquinas em movimento na área do antigo Aeroclube anunciam: começaram as obras para o novo Centro de Convenções em Salvador, cuja ordem de serviço foi assinada pelo prefeito ACM Neto nesta quinta-feira (6), no local a ser instalado o equipamento, na Boca do Rio, ao lado do futuro Parque dos Ventos. Com investimento de R$105,2 milhões, o novo empreendimento vai reposicionar a capital baiana entre os mais atrativos polos de turismo de eventos e negócios do Brasil.

Ao lado de secretários e gestores municipais, representantes dos trades turístico e de negócios, políticos, demais autoridades e população, o prefeito ressaltou a importância da ação para a capital baiana. “Sei da importância do Centro de Convenções para Salvador. Se Deus quiser, já em 2019, o Centro de Convenções vai estar funcionando, recebendo eventos nacionais e internacionais. Esse equipamento, mais do que qualquer outro, vai ser decisivo para a geração de emprego, para a movimentação da economia da nossa principal indústria, que é o turismo.”

As obras são iniciadas justamente neste mês em que são completados dois anos do desabamento do antigo Centro, que era administrado pelo governo estadual no bairro vizinho de Armação. A falta de um espaço de porte para a realização de grandes congressos e feiras gerou a perda de até R$2 bilhões em turismo de eventos e negócios, de acordo com levantamento do trade.

“Salvador aguardou tanto tempo por uma solução que deveria ser dada pelo governo do estado, mas que a Prefeitura chamou para si a responsabilidade. Enfim, começaram as obras, os equipamentos e as máquinas já estão aqui e, a partir de agora, é velocidade máxima até a conclusão para que, no próximo ano, já tenhamos o Centro de Convenções”, completou ACM Neto.

Segundo o titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Claudio Tinoco, Salvador já chegou a realizar 29 eventos internacionais por ano quando tinha um Centro de Convenções. “Agora, estamos olhando para frente. Vamos recuperar o espaço perdido. A capital baiana vai se restabelecer no segmento de congressos e convenções, rapidamente, garantindo a retomada de grandes eventos num equipamento moderno e multiuso. Isso trará reflexos positivos para toda a cadeia econômica do turismo”, avaliou.

Características – O projeto, incluído no programa Salvador 360, já havia sido apresentado pela Prefeitura em outubro do ano passado. Após o processo licitatório, as obras, no valor de R$105,2 milhões, serão executadas pelo Consórcio CCS, formado pelas construtoras Andrade Mendonça e Axxo. O prazo para a entrega é de 12 meses.

O novo Centro de Convenções terá o formato de uma pomba, símbolo da bandeira de Salvador. Numa área de pouco mais de 103 mil m² – sendo 36 mil m² de área construída -, ele terá capacidade para receber 14 mil pessoas simultaneamente em congressos e convenções.

Haverá dois locais para shows, cada um com capacidade para 20 mil pessoas, um externo ao equipamento e outro interno, com 28 camarotes de 50 metros quadrados que serão moduláveis e irão atender aos dois espaços multiusos, tanto o de fora do centro quanto o de dentro. Esses camarotes poderão se transformar em salas de reunião quando não houver shows.

Terceira maior estrutura municipal do tipo no país, o Centro de Convenções de Salvador contará ainda com oito auditórios moduláveis de 800 metros quadrados cada. Terá também seis salões de 522 metros quadrados cada, 12 salas de 236 metros quadrados e 28 de reuniões que irão virar camarotes tanto para os shows externos quanto internos quando houver necessidade, todos moduláveis. O estacionamento será para mais de 1,4 mil veículos.

O equipamento terá três pavimentos. No nível térreo (o mesmo do antigo Aeroclube), estarão os auditórios, seis salões moduláveis de 522 metros quadrados cada um, uma praça de exposições de 2,5 mil metros quadrados e dois foyers independentes de mil metros quadrados cada. O acesso ao equipamento será através do pavimento intermediário, por meio de uma grande esplanada localizada de frente para a rua e para o antigo Centro de Convenções, abandonado e fechado em 2015 pelo estado.

Nesse nível de acesso, haverá um grande mezanino de 2,5 mil metros quadrados para exposições, 12 salas de reunião de 236 metros quadrados cada, além de 28 salas/camarotes de 50 metros quadrados cada. No terceiro andar serão erguidos dois restaurantes de 423 metros quadrados cada com vista para o mar.

O Centro de Convenções de Salvador, que será 100% climatizado e com acessibilidade, terá duas docas totalmente integradas com dez vagas para estacionamento de caminhões para facilitar a carga e descarga. Isso sem falar nas estruturas obrigatórias, a exemplo de recepções, sanitários e áreas para operação de equipamentos de áudio e vídeo.

Todo o material utilizado na construção será antissalitre, o que vai evitar a corrosão de materiais e equipamentos. O piso térreo, por exemplo, onde estarão concentrados os espaços para realização de eventos, ficará praticamente protegido às intempéries.

“Todo o equipamento foi pensado arquitetonicamente para se adequar a essas condições, principalmente no uso de materiais. A área técnica fica toda protegida, embaixo da esplanada que dá acesso ao centro, praticamente enterrada dentro do estacionamento. Assim, vamos evitar o desgaste que aconteceu com o antigo Centro de Convenções, que era todo metálico e vazado”, explicou o titular da Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo, Sérgio Guanabara, coordenador do programa Salvador 360.

Concessão – O Centro de Convenções de Salvador será operado pela iniciativa privada. O edital para a seleção da empresa operadora deverá ser lançado até o final deste ano pela Prefeitura. Quem for operar o equipamento terá que investir cerca de R$25 milhões na aquisição de mobiliários e equipamentos tecnológicos, entre outros itens, garantindo que o centro esteja entre os mais modernos e preparados do país.

A Secult irá iniciar rodadas de apresentação do projeto do centro, com o estudo de viabilidade. Isso tem como objetivo apresentar o novo Centro de Convenções a empresas que já operam equipamentos do tipo no Brasil e também coletar sugestões. Essas rodadas de conversa irão acontecer em Salvador e São Paulo.

Números – Segundo os últimos dados disponíveis do Ministério do Turismo, a indústria de eventos no país gera 7,5 milhões de empregos e movimenta R$ 48 bilhões em tributos gerados, com crescimento médio anual de 14% das receitas relacionadas a este segmento. São mais de R$ 209 bilhões em receita e 590 mil eventos realizados.

Para 78,8% dos profissionais e empresas que atuam neste setor, o Centro de Convenções é o primeiro equipamento procurado antes de se definir pela realização de um evento na cidade. E, segundo as contas do próprio setor, Salvador já perdeu cerca de R$2 bilhões em receitas pela falta do equipamento. Ou seja, a capital baiana ficou de fora da divisão do bolo do turismo de negócios e eventos, setor do qual o Nordeste fica com 20% da fatia, contra 52% do Sudeste, 15% do Sul e 9% da região Centro Oeste.

Isso, evidentemente, tem prejudicado o crescimento do turismo de uma forma geral na primeira capital do Brasil. A taxa de ocupação hoteleira, por exemplo, caiu cerca de 6% desde o fechamento do antigo Centro de Convenções, em 2015. E a cidade perdeu quase 20 empreendimentos no setor hoteleiro com o encerramento das atividades do equipamento, que virou uma espécie de “elefante branco” no bairro do Costa Azul.

SECOM 

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