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Produção industrial do Brasil cai menos do que o esperado em janeiro e dá sinais positivos

Plataforma de petróleo no terminal T-Oil no Porto de Acu em São João da Barra, Brasil


07/06/2016         REUTERS/Ricardo MoraesO ano começou com resultados melhores do que o esperado para a indústria do Brasil, diante do aumento da produção de bens intermediários, sinal de alguma melhora para a atividade.
Em janeiro, a produção da indústria teve recuo de 0,1 por cento em relação ao mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,35 por cento.
Já na comparação com o mesmo mês de 2016, a indústria interrompeu 34 meses seguidos de quedas para subir 1,4 por cento, contra avanço esperado de 1,10 por cento. Esse resultado representa ainda a melhor leitura para janeiro nessa base de comparação desde 2013 (+6,5 por cento).
“Aquele comportamento de queda frequente e disseminada parece que ficou para trás. Não quer dizer que a retomada vai ser consistente daqui para frente, mas parece que o fundo do poço está acabando. A boa notícia é que não está aprofundando mais”, disse o economista do IBGE André Macedo.
Macedo destacou ainda que janeiro deste ano teve dois dias úteis a mais do que em 2016 e, se retirada essa diferença, a produção teria registrado alta de 0,4 por cento no primeiro mês do ano.
O setor terminou 2016 com queda de 6,6 por cento na produção, no terceiro ano seguido de perdas, afetado pela pior recessão já vivida pelo Brasil.
PETRÓLEO
Os dados do IBGE mostraram que a categoria de Bens Intermediários apresentou alta de 0,7 por cento na comparação mensal e de 0,8 por cento na anual. Os Bens de Consumo subiram 0,3 e 2,3 por cento, respectivamente.
O grupo Bens de Capital, uma medida de investimento, mostrou contração de 4,1 por cento em janeiro sobre dezembro, mas subiu 3,3 por cento na comparação com um ano antes.
O IBGE informou ainda que, dos 24 ramos pesquisados, 12 apresentaram taxas negativas em janeiro na comparação mensal, com destaque para o recuo de 10,7 por cento em veículos automotores, reboques e carrocerias.
Na outra ponta, a produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis avançou 4,0 por cento e a de produtos farmoquímicos e farmacêuticos teve alta de 21,6 por cento.
“A indústria dá sinais de estabilização, talvez esteja parando de cair. Em momentos de transição, temos uma dinâmica (de resultados entre as categorias) mais heterogênea”, avaliou o economista-sênior do banco Haitong Flávio Serrano, destacando a recuperação na produção de petróleo em janeiro.
Depois de sofrer com a recessão e fraqueza da confiança, indicadores sobre o setor já vinham apontando alguma melhora este ano. Em fevereiro, a contração da indústria perdeu força segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
A confiança apurada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) avançou com força em janeiro e voltou a cair no mês seguinte, porém num movimento de acomodação. A FGV não descarta nova melhora, diante de sinais mais favoráveis da economia como a queda dos juros.
“Olhando à frente, esperamos que o setor industrial comece a se beneficiar gradativamente da estabilização da economia, juros mais baixos e da reversão do ciclo de estoques”, disse o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs, Alberto Ramos, nota.
Os economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central também apontam melhora neste ano, com projeção de crescimento de 1,09 por cento da produção industrial, chegando a 2,19 por cento em 2018.(Reuters) 

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