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Nível dos oceanos pode aumentar até nove metros, indica estudo

Gelo no mar Ártico: poluição recorde na atmosfera
A temperatura atual dos oceanos chegou a um ponto muito similar ao da última era interglacial, quando o nível dos mares da Terra era entre seis a nove metros maior. De acordo com novo estudo publicado na última edição da revista Science, a evidência é preocupante, pois sugere que as geleiras do planeta são muito sensíveis à mudança de temperatura nos oceanos e seu aquecimento pode provocar o gradativo aumento do nível dos mares. A boa notícia é que o derretimento das plataformas de gelo pode levar séculos e as cidades terão tempo de se adaptar – a consequência mais imediata prevista pelos cientistas é a inundação das regiões costeiras do globo.
O levantamento, feito por cientistas americanos, considera o último período interglacial (intervalos de 10.000 anos entre as eras glaciais em que a temperatura global é mais elevada), que ocorreu entre 129.000 e 116.000 anos atrás. Há 129.000 anos, a média de temperatura dos oceanos era muito semelhante à registrada entre 1870-1889. Mas, 4.000 anos depois, ela aumentou 0,5°C, igualando-se às temperaturas médias do período de 1995 a 2014. Segundo os pesquisadores, durante a época interglacial, quando ocorreu o aquecimento dos oceanos, as geleiras responderam com uma lenta transformação, que levou milênios para acontecer. O aquecimento atual levou pouco mais de um século e os cientistas ainda não sabem exatamente quais podem ser seus efeitos.
Isso porque o aumento do nível dos mares no último período interglacial foi resultado do aquecimento natural da atmosfera e oceanos e hoje o aumento das temperaturas é impulsionado pelas emissões de carbono, afirma Jeremy Hoffman, líder da pesquisa e professor da universidade de Oregon, nos EUA. “O último período mais quente não pode ser visto como uma forma simples de se prever o futuro. Muitas coisas ocorreram no último século e aceleraram a natureza. A Terra precisaria de uma erupção de vulcão a cada 2,5 horas para se igualar a quantidade de gases emitidos pelo homem”, disse ao The Independent.
Segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), o nível global dos mares irá aumentar entre 13 cm e 68 cm até 2050 e, de acordo com a Nasa, o nível já aumentou 8 cm desde 1992.

O ano mais quente

O ano de 2016 foi o mais quente já registrado, sendo o terceiro ano consecutivo em que o recorde global de temperatura é quebrado. A informação foi divulgada pela Nasa, pela Administração Nacional Oceânica Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) e pela agência britânica MET Office. Segundo as agências, 2016 foi o ano mais quente desde que os primeiros registros foram feitos, em 1880. De acordo com a Nasa, a temperatura da Terra ficou 0,99°C acima da média do século XX.
Segundo o comunicado da Agência Nacional Americana, o aumento das temperaturas é devido ao aumento das emissões de carbono e outros gases produzidos pelo homem que provocam o aumento do efeito estufa (processo natural em que gases “prendem” a radiação solar na atmosfera e esquentam o planeta). Caso os próximos anos sigam a tendência, a temperatura da Terra rapidamente se igualará à temperatura do último período interglacial.(Veja)

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