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Petistas baianos aprovam mudanças no PT

Votação: O  presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação (que acompanhou a reunião em São Paulo), disse a acreditar que o novo
Após dois dias de reunião tensa, o diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu ontem pôr fim às eleições diretas para escolher o presidente nacional da legenda (e os demais componentes do diretório), o chamado Processo de Eleição Direta (PED). De acordo com a nova regra, os presidentes estaduais passam a ser escolhidos indiretamente.
Na mesma ocasião em que houver eleição direta para os diretórios municipais do PT, serão escolhidos delegados estaduais para participar das votações indiretas. Esses delegados elegerão, por sua vez, os delegados nacionais, que escolherão o novo comando nacional do partido
O novo critério foi aprovado pelo Diretório Nacional do PT, por 52 votos contra 27. O processo de eleição indireta foi defendida pela corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), liderada pelo ex-presidente Lula. A eleição acontecerá nos dias 7, 8 e 9 de abril e o novo presidente do PT terá dois anos de mandato. 
Em entrevista à Tribuna, o presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação (que acompanhou a reunião em São Paulo), se mostrou favorável à mudança. “Surgiu essa pauta dentro do PT em nível nacional, e a gente teve que levar isso a votação. Acreditamos que esse novo formato será menos danoso para a militância, que reivindica voz ativa no PT. E nosso norte hoje é exatamente esse. A militância não vai poder votar, mas terá voz ativa por meio dos municípios. Os militantes poderão dar suas sugestões por meio dos presidentes municipais, que eles escolherão. O PT hoje entende que o momento é de fortalecer a militância e ouvir com muita atenção os movimentos sociais”, disse Everaldo Anunciação.
Petista histórico, o deputado federal baiano Valmir Assunção também concorda com o novo formato de escolha do presidente nacional de seu partido. “É um avanço na direção do PT, além de ser um meio de dialogar a conjuntura política, garantir a ampliação e o aprofundamento de debates do partido e do país.
Acredito que seja fundamental termos um processo que resgate a participação dos militantes e eleve o conhecimento de todos. Mas precisamos nos afastar dos meios tradicionais de se fazer eleição, para evitar entraves que um pleito acarreta”, considera o parlamentar.
Para Valmir Assunção, o PT precisa avançar como partido de esquerda e defender os interesses do povo, considerar os movimentos sociais e aprofundar ainda mais as ações políticas pelo país. “Vamos chegar fortes em 2018 e mostrar que temos um projeto melhor de governo. Isso está evidente nas inúmeras pautas impopulares que esse governo golpista tem feito”.
Rui Falcão se mostra indiferente
O atual presidente nacional do PT, Rui Falcão, não demonstrou nenhuma reação ao proferir a decisão sobre o fim da eleição direta para o comando da legenda. “Resolvemos que o Congresso vai ser eleito pela base num processo de eleição direta nos municípios e, a partir daí, por delegações estaduais e nacional”, disse Rui Falcão.
O ex-presidente Lula também participou das discussões de dois dias que resultaram na resolução final. “Ele fez questão de, previamente a essa reunião, por solicitação nossa, dialogar com todas as forças políticas do PT, com a tendência majoritária mais de uma vez. Depois reuniu a todos, na minha presença, quando apresentei, junto com ele, uma fórmula que afinal resultou na aprovação da resolução de hoje.
Ele se empenhou muito nisso, ouviu, sugeriu. Ainda hoje na parte da manhã fez uma nova reunião tentando produzir uma decisão unificada e provavelmente ainda vai continuar um pouco aqui hoje ajudando nos debates sobre a conjuntura. Teve um papel decisivo nessa resolução final que nós aprovamos por ampla maioria e que produziu uma unidade maior agora no nosso partido”, disse Falcão.(TB)

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