Jogo brasileiro vence Festival de Games Independentes
Uma feira em São Paulo está reunindo jogadores, desenvolvedores e até investidores do setor de games.
É um festival independente, mas que mostra o crescimento da indústria de jogos eletrônicos no Brasil
É um festival independente, mas que mostra o crescimento da indústria de jogos eletrônicos no Brasil
Um jogo criado no Brasil venceu o Festival Internacional de Games Independentes que acontece em São Paulo.
Se você é daqueles que acham que jogar videogame é coisa chata, me responde o seguinte: que outras chances na vida você vai ter de tentar escapar vivo de uma fábrica bizarra, de dirigir um esportivo de luxo a mais de 200 por hora, de explorar aqueles cenários que a gente só vê em filme?
“A partir do momento que eu pego o controle pra jogar videogame eu fico relaxado, me sinto em outro universo, sabe. Eu viajo cara. É muito bom”, diz Cássio Machado de 17 anos.
Por falar em filme, essa é uma indústria que, no mundo, já lucra mais que a do cinema. O evento junta desenvolvedores de 18 países. Uma galera que fala a mesma língua no apertar de alguns botões.
Aqueles videogames famosos, com consoles grandes, das grandes empresas não são encontrados. Só tem computadores, tablets, um evento exclusivo de produtoras independentes, menores, e com jogos de muita qualidade. O melhor é que muitos dos jogos apresentados têm tecnologia 100% brasileira.
“Este ano foram 745 jogos inscritos de 48 países, a gente passou três meses fazendo a seleção dos 40 melhores e esses 40 estão aqui na parede”, conta a organizadora Eliana Russi.
Como as coisas mudaram de uns anos para cá. Para quem começou lá atrás, há dez anos, tipo a Camila, fazer games no Brasil hoje é um mundo totalmente diferente.
“A gente tem bastante curso, faculdade de games aqui, então a gente tem muita gente todo ano se formada e interessada em trabalhar nesse mercado”, diz Camila Malaman, desenvolvedora de games.
Os games exclusivamente brasileiros já ganharam até os óculos de realidade virtual.
“Os smartphones quebraram muitos os paradigmas. Acabou que os pequenos desenvolvedores têm chance de fazer um produto, quatro ou cinco pessoas se juntam e fazem um jogo também”, explica o desenvolvedor de games Orlando Fonseca Junior.
O evento, na verdade, é uma competição, que há quatro anos premia os melhores jogos em dez categorias, inclusive o grande prêmio de melhor jogo de todos. E adivinha quem ganhou em 2016? Pela primeira vez foi um jogo brasileiro. O também primeiro a conseguir um investimento do BNDES. E não foi pouca grana não: R$ 1,5 milhão.
“Pela primeira vez um estúdio de game está conseguindo essa linha de crédito. A gente está sendo o primeiro, esperando abrir a porteira para que vários outros estúdios possam se beneficiar”, diz o desenvolvedor de games Sandro Manfredini.
É o Brasil cada vez mais no controle da própria indústria de games. Que bom saber que a gente está no jogo.(G1)