GeralNotíciasSalvador

História da fábrica têxtil São Braz

Localizada no Subúrbio ferroviário de Salvador, Plataforma se consolidou como bairro com a implantação da estrada de ferro Calçada-Paripe, inaugurada em 1860, e com o surgimento, em 1875 da fábrica têxtil São Braz que, entre o final do século XIX e as primeiras décadas do XX, atraiu centenas de trabalhadores que aqui se estabeleceram transformando a área da antiga fazenda Brandão, num bairro operário.
Incorporada à Companhia Progresso Industrial em 1891, a fábrica São Braz se tornou uma das mais importantes em Salvador na virada do século; nos anos 30, com a fusão entre a Companhia Progresso Industrial e a Companhia União Fabril, sob a direção de Bernardo Catharino até 1944, sobreviveu à crise que investiu o setor têxtil na Bahia a partir da primeira década do século XX. Mas com a caída dos preços dos produtos têxteis após a II Guerra Mundial, os elevados custos de produção devidos principalmente à obsolescência dos maquinários e do mesmo sistema de produção foram um argumento determinante para a decisão da sua desativação. Parou de funcionar no final de 1959. Em 1961 foi parcialmente reativada, operando com novos equipamentos que permitiram empregar um quarto da força trabalho originariamente empregada na mesma fábrica. Além disso, utilizando a energia fornecida pela CHESF, a Companhia hidroelétrica do São Francisco, instalada na Bahia nos meados dos anos 50, a fábrica precisava de um numero inferior de homens para garantir o seu funcionamento. Contudo, apesar da redução de pessoal e da modernização, em 1967 foi arrendada à Fábrica de Tecidos Fatima e renomeada FATBRAZ. Mas nem esta tentativa conseguiu vingar e, somente um ano depois, também a FATBRAZ fechou. No começo dos anos 70 o império industrial da Companhia União Fabril e Progresso Industrial se reduziu de oito fábricas a uma, a FAGIP S/A, Fábrica de Gazes Agro Protetoras, criada em 1956 para a produção de gazes, compressas medicinais e telas industriais, e instalada na vizinha Península de Itapagipe, no mesmo edifício onde a Fábrica Paraguassu, uma das primeiras fábricas da Companhia, fechada alguns anos antes, funcionara.
Esta última incorporou a Fábrica São Braz em 1975, instalando-se na unidade da fábrica que fica mais próxima ao mar, produzindo, na época, 12 toneladas de fio de algodão por mês e empregando 30 funcionários, sendo uma parte da produção absorvida pela matriz e outra vendida para firmas do Sul. (FÁBRICA…, 1987). Esta mesma unidade foi totalmente desativada no final da década de 80; no começo dos anos ‘90 tudo o complexo fabril foi vendido à Companhia Empório de Armazenagens Gerais Alfandegários.
Foto antiga: Revista Bahia Ilustrada, 1918
[Foto atual: Lucia Figueiredo]

(Belezas do Subúrbio)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *