Meio AmbienteNotíciasSem categoria

Transgênico é seguro, dizem cientistas dos EUA

Trigo transgênico da Monsanto em produção em um campo de testes da companhia na Oregon State University (OSU) em Corvallis
Os alimentos produzidos com plantas geneticamente modificadas são seguros para o consumo humano e não causam danos ao meio ambiente, de acordo com análise feita por 50 cientistas e publicada ontem pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
O documento diz, por outro lado, que não há evidências de que a tecnologia de engenharia genética seja capaz de aumentar o rendimento da produção agrícola.
Cerca de 20 cientistas elaboraram o relatório de 400 páginas, após consulta a mais de mil estudos científicos e avaliação de mais de 20 anos de dados sobre doenças e plantações. O foco do relatório foram culturas transgênicas importantes na economia americana.
O relatório conclui, com base em análises químicas, que os alimentos transgênicos não oferecem riscos à saúde.
O grupo também avaliou a incidência de determinadas doenças, comparando suas taxas de ocorrência na América do Norte, onde os transgênicos são parte da dieta desde 1996, e na Europa Ocidental, onde os alimentos biotecnológicos estão pouco presentes.
A conclusão é de que “não há evidências de aumento na incidência de câncer, obesidade, doença hepática, autismo, doença celíaca ou alergias alimentares”.
Sobre os impactos ambientais, o relatório diz que “não há evidência conclusiva de uma relação de causa e efeito entre culturas transgênicas e problemas ambientais”.
O uso de variedades resistentes a insetos, segundo o documento, levou a uma redução do uso de inseticidas químicos. O uso de variedades resistentes a herbicidas, por outro lado, levou ao aumento do uso de agrotóxicos.
Segundo o relatório, novas técnicas como a edição de genomas – usada para fazer pequenas modificações genéticas nas plantas – estão deixando cada vez mais tênue a fronteira entre as plantas transgênicas e as convencionais.
Isso estaria tornando insustentáveis os sistemas regulatórios existentes, como o controle dos rótulos de produtos com base em plantas transgênicas.
Os autores recomendam a criação de um novo sistema que tenha mais foco nos atributos de cada cultura, em vez de voltar a atenção para a maneira como cada uma delas é criada.
O relatório conclui que o uso da biotecnologia trouxe benefícios econômicos a fazendeiros – como a proteção contra insetos -, mas não parece ter acelerado a taxa de rendimento de culturas como milho, soja e algodão.
“A conclusão, depois de ler o relatório, é que as plantas transgênicas são mesmo apenas plantas. Elas não são a panaceia que clamam alguns proponentes nem o temível monstro apontado por outros”, comentou Wayne Parrott, professor de Ciências do Solo da Universidade da Georgia, segundo o jornal The New York Times.

Isenção

O documento diz que nenhum dos autores atua em empresas de biotecnologia que produzem transgênicos, embora alguns já tenham desenvolvido plantas geneticamente modificadas e tenham sido consultores dessas empresas.(Exame)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *