Ah, a nossa querida casa, local tranquilo, onde descansamos após um longo dia de trabalho, seguros e livres das mais variadas criaturas que o mundo externo pode apresentar, correto? Nem tanto. Se você é desses que acham que o ambiente residencial é livre de qualquer bicho ou inseto “ameaçador”, exceto por algumas moscas, mariposas e raras aranhas que aparecem, prepare-se para repensar. E se tem horror a qualquer tipo de inseto, talvez sua vida no conforto do lar nunca mais seja a mesma depois de ler este artigo.
Isso porque apresentamos aqui um estudo impressionante realizado por pesquisadores da universidade da Carolina do Norte, que revelou dados incríveis sobre a presença de insetos em diversas residências. Foram mais de 400 lares que responderam ao chamado dos cientistas, mas a visita aconteceu somente em 50, em mesmo assim obteve números impressionantes.
As moscas foram a espécie de insetos mais encontradas nas casas visitadas
Os responsáveis pelo estudo saíram pelas casas recolhendo e catalogando todos os insetos e artrópodes que encontraram. Ao todo, cerca de 10 mil espécimes foram recolhidos em 554 cômodos investigados. Se dividido, o número médio de bichos encontrados por cômodo é de 18.
Essa constatação chocou os moradores, já que apenas em 5 dos 554 locais (4 banheiros e um quarto) não foram encontrados nenhum inseto ou artrópode. Um dos pesquisadores, Matt Bertone, também revelou certa surpresa. “Nós pensamos que nossas casas são ambientes estéreis, mas elas não são. Há um mito que diz que ‘você nunca está a mais de 1 metro distante de uma aranha’. Depois de encontrar esse animal em 65% dos cômodos, eu começo a acreditar que isso realmente é verdade”, declarou ao site da revista Smithsonian.
Aranhas foram encontradas em 65% das casas visitadas
Se for levado em conta que os pesquisadores nem conseguiram atingir todos os locais possíveis, os números ficam um pouco mais impressionantes. Durante as visitas, os cientistas não moveram mobília pesada, que representasse algum risco, e nem procuraram em gavetas, guarda-roupas ou qualquer outro local que pudesse invadir a privacidade dos moradores. Então o resultado real de espécimes poderia ter sido ainda maior.
No entanto, Bertone aproveitou para chamar atenção das pessoas para outra forma de ver a situação, enfatizando para que as pessoas não tenham medo. Ele lembra que os bichos estão por aí e nós praticamente não os percebemos em tamanha quantidade. “Muitos ficaram espantados e outros até horrorizados, mas essa surpresa serve para nos mostrar que os artrópodes realmente não nos incomodam”, ressaltou.
As abelhas, junto com as vespas e as formigas, representam 15% dos espécimes encontrados
E por mais que as descobertas já tenham sido reveladoras, a coautora do estudo, representante da Academia de Ciências da Califórnia, Michele Trautwein, afirma que todos estão ansiosos pela continuidade. “Essa é apenas uma pequena amostra das espécies que vivem em nossas casas e mais trabalho precisa ser feito para termos um panorama completo sobre essa situação”, explicou.

Os bichos capturados

Foram 579 morfoespécies diferentes encontradas. Dos 10 mil espécimes achados, 75% foram moscas, aranhas, besouros, formigas, vespas e abelhas. Os 25% restantes incluíam insetos e artrópodes como baratas, mariposas, ácaros, gafanhotos, traças, centopeias e outros. Uma constatação interessante é que todas as casas visitadas tinham aranhas, besouros de carpete, mosquitos e formigas. Confira como ficou o gráfico por porcentagem de espécies encontradas abaixo: