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Cientistas desenvolvem teste que revela idade ‘real’ do corpo

Cientistas britânicos afirmam ter desenvolvido uma nova forma de testar se o corpo de uma pessoa está envelhecendo bem ou mal.
Eles dizem que o novo método pode ajudar a prever quando uma pessoa vai morrer e identificar aqueles com alto risco de demência. Pode também vir a ser útil nas áreas de medicina, aposentadoria e seguros.
A equipe que fez o estudo, do King’s College de London, disse que a “idade biológica” de uma pessoa é mais útil do que a data de nascimento.
Mas o trabalho, apresentado na publicação Genome Biology, não dá pistas sobre como desacelerar o processo de envelhecimento.
O teste procura uma “marca de idade” nas células do corpo ao comparar o comportamento de 150 genes.
Ele foi desenvolvido, a princípio, comparando 54 mil marcadores de atividade de genes em pessoas saudáveis – mas, em maioria, sedentárias -, com idades entre 25 e 65 anos, e então reduzindo-as a 150.
“Há uma marca de idade comum a todos os nossos tecidos, e isso parece ser um prognóstico para diversas coisas, incluindo longevidade e declínio cognitivo”, disse Jamie Timmons, do King’s College London.
“Aparentemente, a partir dos 40 anos isso pode ser usado como indicativo de como um indivíduo está envelhecendo.”
A equipe disse que “saúde” e “idade” eram duas coisas diferentes.
E acrescentou que algumas decisões de estilo de vida, como passar o dia no sofá, podem ser ruins para a saúde, mas não parecem afetar a velocidade do envelhecimento do corpo.
A equipe acredita que combinar fatores de estilo de vida e idade biológica poderia dar uma imagem mais precisa das condições de saúde de uma pessoa.
Beira da morte?
Os cientistas fizeram experimentos com o teste usando um grupo de homens de 70 anos na Suécia.
Eles identificaram quem estava envelhecendo bem e quem estava envelhecendo muito rápido e conseguiram prever quem iria morrer nos próximos anos.
“Conseguimos de fato selecionar pessoas que quase não tinham chance de morrer e algumas que tinham quase 45% de chances de morrer”, disse Timmons.
Há planos de fazer um piloto com o teste em transplantes de órgãos no Reino Unido para ver se as pessoas que estão tecnicamente velhas, mas tem uma idade biológica jovem, ainda podem doar órgãos com segurança.
Os pesquisadores dizem que isso também pode provocar mudanças em testes para detectar câncer, com pessoas que estão envelhecendo rapidamente tendo que passar por testes mais cedo.
Timmons diz que o teste também será uma ferramenta útil na previsão do início da demência.
Ele afirma que ele poderia ser combinado com outros exames para identificar pessoas com mais risco de desenvolver a doença neurodegenerativa e usá-los em testes clínicos.
“Neste momento, precisamos de ferramentas para identificar aqueles que correrão mais risco daqui a 10, 20 anos, e acho que é aí que essa pesquisa terá impacto”, disse.
Aposentadoria?
Os cientistas do King’s sabem que a possibilidade de verificar sua idade biológica por ter consequências para a concessão de aposentadorias e prêmio do seguro.
“Isso levanta várias questões, sem dúvida, e um forte debate, mas nós já somos julgados por nossa idade, então isso pode ser uma forma mais esperta de fazer isso.”
“Você pode decidir não dar muita atenção para a aposentadoria e curtir sua vida como ela é agora.”
Outros pesquisadores também consideraram o novo método promissor.
“Esse novo teste tem grande potencial já que, com mais pesquisa, pode ajudar a melhorar o desenvolvimento e avaliação de tratamentos que prolongam a boa saúde na terceira idade”, disse Neha Issar-Brown, do UK Medical Research Council.
“Uma das maiores questões na biologia humana é como envelhecemos e como esse processo tem impacto na nossa saúde em geral e o risco de condições como Alzheimer”, disse Eric Karran, do Alzheimer’s Research UK.
(G1)

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