PT deve estender a cobrança do dízimo
O PT pretende aprovar na próxima semana a decisão de abrir mão de doações de empresas privadas para financiar a estrutura partidária. O assunto começou a ser articulado internamente nas últimas semanas, com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como uma forma de responder ao desgaste de imagem sofrido pelo partido diante das denúncias de corrupção na Petrobras.
A proposta será submetida à executiva nacional do partido e ao diretório nacional, que se reúnem no fim da semana. Em tese, a votação é mais uma formalidade, já que a direção partidária calcula que a ideia já está bem negociada internamente e será aprovada sem muitas dificuldades.
A ideia, explicam dirigentes da legenda, é abrir mão das doações de empresas somente no que se refere ao financiamento do partido. Campanhas eleitorais, por exemplo, continuariam seguindo as mesmas regras da Justiça Eleitoral aplicadas a todos os partidos.
Uma vez aprovada a decisão de se financiar apenas com doações de pessoas físicas, o PT trabalhará em duas frentes para compensar o desequilíbrio nas contas. Primeiro, deve intensificar o corte de gastos que já está em andamento – hoje o partido mantém estruturas amplas em São Paulo e em Brasília.
O PT já está com cinto bem apertado, desde que minguaram as doações de empresas para o caixa da legenda, na esteira das denúncias da Operação Lava Jato, o partido iniciou há algum tempo um corte de gastos, suspendendo, por exemplo, todas as viagens desnecessárias de dirigentes.
Em segundo lugar, a sigla já estuda internamente uma forma de estender a cobrança do chamado “dízimo petista”. Hoje, o partido cobra uma quantia mensal de todos os seus integrantes que ocupam cargos no governo. O plano, agora, é cobrar uma quantia mensal também de todos os demais filiados. O modelo exato de como seria o novo dízimo do PT ainda não está desenhado. Mas fala-se em fazer uma cobrança variável, de acordo com a renda do filiado.
(IG)