‘EUA não ficarão presos ao passado’, diz Obama
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesse sábado (11), durante discurso na Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá, que seu país não ficará preso ao passado e que as mudanças na política entre os EUA e Cuba “abrem uma nova era no Hemisfério”.
“Os EUA não ficarão presos ao passado. É a primeira vez que em mais de meio século que serão restabelecidadas formalmente as relações diplomáticas”, disse Obama, que considerou histórico o fato de estar sentado numa mesma mesa com o presidente de Cuba, Raúl Castro
“Penso que não é segredo que continuarão existindo diferenças entre nossos países (…) mas acredito que se conseguirmos seguir esse movimento adiante, serão criadas novas oportunidades (…) Nunca antes as relações com a América Latina foram tão boas”, complementou o presidente norte-americano.
Durante seu discurso, Obama propôs US$ 1 bilhão para ajudar os países da América Central e anunciou que pretende impulsionar o intercâmbio entre estudantes da América Latina e a potência norte-americana.
Castro: ‘Obama está isento da culpa’
Assim que Obama terminou sua fala, o governante anfitrião, Juan Carlos Varela, anunciou a intervenção de Raúl Castro, o que arrancou aplausos de todos reunidos na plenária. O presidente cubano começou seu discurso dizendo que “já era hora de eu falar aqui em nome de Cuba”, referindo-se à primeira participação de seu país na reunião de líderes americanos.
Em sua fala, Castro isentou Barack Obama da culpa de ações políticas contrárias à ilha que foram feitas por “dez antecedentes” do atual líder dos Estados Unidos. Ele afirmou que tem expressado “disposição ao diálogo” com Obama e chamou o governante dos EUA de “um homem honesto”. Logo depois, pediu desculpas por sua emotividade em “defesa da revolução”.
O presidente cubano exigiu dos EUA que seja resolvido o embargo comercial imposto em 1962 contra a ilha e ressaltou que seu governo aprecia a possível exclusão de Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo. Ele acredita que a potência mundial vai decidir rapidamente sobre o tema e afirma que seu país “nunca deveria ter estado” nesta lista.
O irmão de Fidel Castro afirmou também que vê com bons olhos o fato de Obama considerar que a Venezuela “não é uma ameaça”.
(G1)