Obras de estaleiro em Maragojipe são paralisadas
A Enseada Indústria Naval, responsável pela construção de um estaleiro no município de Maragojipe, no Recôncavo baiano, divulgou na terça-feira, 25, nota desmentindo os boatos de que o projeto seria encerrado no final do mês. De acordo com o gerência de comunicação externa da empresa, o que vai acontecer na data é a desativação do Consórcio Estaleiro Paraguaçu (CEP), que foi criado para a construção das obras físicas do empreendimento.
A medida já estava prevista no cronograma da empresa com a conclusão das obras civis, mas acabou sendo antecipada estando o empreendimento agora com 82% das obras concluídas. O projeto, orçado em R$ 2,7 bilhões, estava entre os significativos previstos para a Bahia nos últimos dez anos, mas vem enfrentando dificuldades diante dos impactos da crise na Petrobras, que por meio da empresa Sete Brasil, é o principal cliente do estaleiro.
Na nota, assinada por Humberto Rangel, diretor de relações institucionais e de sustentabilidade Enseada Indústria Naval S.A., a empresa diz que “tão logo o cenário de falta de liquidez vivido pela indústria naval brasileira seja superado, a própria Enseada retomará as atividades de finalização dos 18% restantes da obra”.
Superguindaste
O grupo ainda confirma a montagem do Goliath, considerado um dos mais importantes equipamentos do Estaleiro. Trata-se de um superguindaste de 150 metros, que equivale a um prédio de 50 andares, tendo capacidade de içar blocos e megablocos. “A montagem seguirá normalmente até a sua conclusão, prevista para o mês de março de 2015”, garante a Enseada.
“Apesar das dificuldades, a empresa acredita na indústria naval brasileira e está trabalhando em busca da superação do atual cenário”, conclui a empresa.
Desde o final do ano passado, cerca de mil funcionários já foram demitidos do projeto, pelo encerramento de etapas das obras físicas, mas também pela falta de repasses de recursos pela Sete Brasil. No pico das obras, o Consórcio Estaleiro Paraguaçu (CEP) chegou a empregar sete mil pessoas.
História
A construção do estaleiro foi iniciada em julho de 2012. Em agosto do mesmo ano foi assinado um contrato com a Sete Brasil – parceira da Petrobras e investigada na Lava Jato – para a construção de seis sondas de perfuração para exploração do pré-sal. O Consórcio Estaleiro Paraguaçu (CEP) é composto por empresas como a OAS e a UTC Engenharia – também envolvidas na operação.
(A Tarde)