Sequestro em café de Sydney acaba com dois mortos e três feridos
Após a Polícia australiana entrar no café em Sidney, onde reféns foram mantidos em cativeiro por mais de 17 horas por um homem armado, e tiros serem ouvidos, a rede de notícias CNN divulgou que pelo menos duas pessoas foram mortas e três ficaram gravemente feridas. A imprensa local relata sons de explosões e gritos no momento da entrada dos policiais. Vários reféns conseguiram escapar da cafeteria e foram socorridos por paramédicos. Algumas horas antes da invasão, cinco reféns conseguiram sair do cativeiro e minutos antes outros seis deixaram o local. Uma senhora teria sido socorrida em uma maca, aparentemente ferida.
Familiares da personal trainer brasileira Marcia Mikhael afirmou à imprensa no Brasil, logo após a polícia australiana anunciar o fim do sequestro, que ela foi libertada com alguns ferimentos, mas passa bem. A mulher é natural de Goiânia e mora na Austrália há cerca de 20 anos, conforme a família. A informação de que Márcia é uma das reféns chegou aos parentes por meio de duas mensagens postadas no perfil da brasileira no Facebook e foi confirmada por outros parentes que moram em Sydney. Inicialmente, a informação não foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores, que disse estar acompanhando o caso.
Segundo Adibe George Khuri, prima de Márcia, a brasileira tem três filhos, que durante o sequestro permaneceram na região do Café Lindt Chocolat, em Martin Place, aguardando informações sobre a situação. Outra prima de Márcia, Vanessa Fonseca, afirmou que um irmão da brasileira também estava no local acompanhando a operação. “Nosso medo é que ela não saia com vida”, disse Adibe. Mais cedo, a Secretaria de Assuntos Internacionais de Goiás informou que entrou em contato com o consulado brasileiro na Austrália.
A emissora 9News de Sydney identificou o sequestrador do Lindt Café de Sydney como “Sheikh” Man Haron Monis. Ele nasceu no Irã e mora na Austrália desde 1996. Já no país, ele assumiu o título de “xeque” Monis e ficou conhecido pelos australianos por uma campanha de emails contra familiares de militares mortos no Afeganistão.
A região de Martin Place, no centro do distrito financeiro, foi evacuada, com dezenas de agentes cercando o Lindt Chocolate Cafe, onde uma bandeira preta com inscrições em árabe foi exibida da janela pelos supostos reféns, de acordo com imagens das televisões. A mensagem diz: “Não existe outro Deus senão Alá, e Maomé é o seu profeta”.
A Austrália está em alerta máximo devido a eventuais ataques de cidadãos que regressam ao país após combaterem no Oriente Médio, e as autoridades têm efetuado ultimamente diversas operações policiais de grande aparato nas principais cidades.
(Ansa e Agência Brasil)