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IDH: Brasil sobe, mas índice cresce cada vez mais devagar

O Brasil subiu uma posição no novo ranking do Desenvolvimento Humano das Nações Unidas. O país continua evoluindo, mas num ritmo cada vez menor. O índice, que vai de 0 a 1, foi de 0,744 em 2013. Quando aplicada a mesma metodologia aos números do relatório anterior, o IDH do Brasil em 2012 ficou em 0,742. Por esse cálculo, o Brasil passou do 80º para o 79º lugar, atrás de países como Ilhas Maurício, Cazaquistão e Líbia.
A Noruega se manteve no primeiro lugar da lista, com um IDH de 0,944. Em seguida, aparecem Austrália, Suíça, Holanda, Estados Unidos, Alemanha, Nova Zelândia, Canadá, Singapura e Dinamarca. No lado oposto da tabela, a 187ª e última colocação ficou com o Niger. Os dezoito últimos colocados são africanos.
O Brasil é parte de um grupo minoritário: o das 38 nações que melhoraram no ranking no último ano. O IDH brasileiro aumentou 36,4% desde 1980.”O Brasil é um país que mostra melhora consistente das condições de vida das pessoas nos últimos 30 anos”, diz Jorge Chediek, coordenador da ONU no Brasil. Mas essa melhoria se dá num ritmo cada vez menor.
Entre 2000 e 2013, o crescimento do IDH brasileiro foi de 0,67% ao ano, em média – abaixo da média mundial, de 0,74%. Entre 1990 e 2000, o índice havia sido de 1,1%. Na década anterior, de 1,16%. Desde 2008, o Brasil perdeu quatro posições – não porque teve uma redução no IDH, mas porque outros países cresceram mais rápido: Irã, Azerbaijão, Sri Lanka e Turquia, especificamente. Na América Latina, o país ficou atrás de Argentina, Uruguai, Chile e Venezuela. 
O cálculo da ONU considera números da expectativa de vida, de educação e de renda. Os dados avaliados no caso do Brasil mostram uma renda per capita anual de 14.275 dólares, a expectativa de vida de 73,9 anos, mortalidade infantil de 13 óbitos a cada mil nascimentos, a escolaridade média de 7,2 anos de estudos, e um índice de 53,6% da população que, tendo mais de 25 anos de idade, completou pelo menos a educação secundária. 
Entre os Brics, o IDH brasileiro é o segundo maior – perde para a Rússia. Mas, mantido o ritmo atual, a China deve tomar esse posto em breve. 
O relatório das Nações Unidas menciona o Brasil diversas vezes. Em uma delas, afirma que programas de distribuição de dinheiro, como o Bolsa Família, são fáceis de serem iniciados, mas o impacto deles pode ser limitado se ainda existe uma infraestrutura a ser implementada, como no Brasil. “Programas do tipo precisam ser desenhados para garantir que as capacidades – especialmente aquelas da próxima geração – sejam protegidas”, diz o relatório.
O texto também menciona a alta desigualdade brasileira. No índice criado pela ONU, o Brasil tem um nível de desigualdade 64% maior do que a média mundial. “O Brasil não está melhor porque, embora tenha feito muitas cosias boas nos últimos anos, o passivo histórico é enorme”, diz Chediek. 
A ONU também elaborou rankings temáticos. Em um deles, que calcula o IDH ajustado à desigualdade de renda, o Brasil perde 16 posições e fica no 95º lugar. Na lista que leva em conta a igualdade entre os gêneros, o país é o 85º do mundo.

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