Copa do Mundo: expectativas e oportunidades de negócios
O país quer aproveitar a Copa em favor da economia. Pretende atrair investidores estrangeiros ao Brasil e colocá-los em contato com empresários locais. Estreitar as relações. O objetivo é impactar, favoravelmente, as expectativas. A Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) planeja incentivar a realização de, pelo menos, US$ 6 bi em negócios, numa estratégia que atrairá empresários de mais de 100 países. Para isso, foram levantados 33 mercados prioritários. Na Copa das Confederações, foram fechados US$ 3 bi em negócios.
Mas o que temos visto é que o entusiasmo dos empresários brasileiros diminuiu com o desaquecimento da economia.
O diretor de negócios da agência, Ricardo Santana, que entrevistei na Globonews, falou sobre essa estratégia de escolher a dedo estrangeiros, apresentando-os a oportunidades locais. Após a troca de contato entre os empresários, da rodada de negócios, eles assistirão aos jogos do Mundial. Também foi assim na Copa das Confederações. Naquele momento, compradores internacionais visitaram vinícolas, por exemplo, participaram de degustações e fecharam acordos, antes de assistirem a uma partida do campeonato.
Mas por aqui, o clima não anda tão festivo. A maioria das empresas não estava pretendendo ampliar o quadro de pessoal em função da Copa, como mostrou uma pesquisa feita pela FGV. Coordenador de sondagens do Ibre, Aloísio Campelo, meu outro entrevistado, explicou que, no setor de serviços, menos de 2% disseram que pretendiam, de forma permanente; no comércio, 3%. Temporariamente, 10,6% e 7,8%, respectivamente. A maioria, no entanto, disse que não: 78,5% e 86,5%. O resultado mostra, segundo ele, que as contratações seriam temporárias e concentradas em alguns segmentos.
Campelo também falou sobre a evolução da confiança em vários setores da economia, como indústria, comércio. De setembro de 2010 para cá, houve queda em todos os segmentos, seguindo a desaceleração da economia. Mas se a confiança aqui dentro vem caindo, ele acha que lá fora ainda há um estoque de otimismo em relação ao Brasil.
Quando perguntei ao representante da Apex se não havia temor de que os investidores internacionais fossem contaminados por esse clima de pessimismo, ele disse que ainda que exista maior precaução, eles estão em busca é de oportunidades.
Por Míriam Leitão