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Imaginando a Copa

“Não passaremos vergonha na Copa.” Quem garante isso é o presidente da Infraero, Gustavo do Vale. Pelo menos na parte que cabe a ele, que é o funcionamento dos aeroportos brasileiros. Quem viaja de avião pelo país tem sempre a sensação de estar andando em atrasados canteiros de obra, e estamos às vésperas do campeonato internacional.
– O evento tem muita visibilidade e por isso há razão de se preocupar. Normalmen- te, o tráfego aéreo de passageiros dimi- nui em anos de Copa no país-sede, porque a demanda de viagens de eventos de negócios cai muito — disse.
O importante é que, segundo o presidente da Infrae- ro, as mudanças melhorem as condições para o tráfego aéreo brasileiro, que cresceu muito nos últimos anos.
— Sem contar Guarulhos, Brasília e Viracopos, que agora são administrados por outras empresas, nos ae- roportos da Infraero trafegam por mês entre 10 a 12 mi- lhões de passageiros. Só na Semana Santa estão sendo 3,5 milhões — afirmou Gustavo do Vale, numa conversa sobre cada uma das sedes da Copa. 
Recentemente, eu estava em um voo cujos passageiros viveram uma situação em Brasília na qual qualquer estrangeiro se perderia: mudanças de última hora, inu- sitados e nenhuma informação em inglês.
— Com o Pier Sul inaugurado esta semana, isso não vai acontecer mais em Brasília. Lá, haverá 12 novas pontes de embarque — diz o presidente
De todas as cidades-sede, a pior é Fortaleza porque o consórcio que ganhou a licitação — Paulo Otávio, MPE e Consbem — parou a obra. Nada ficará pronto.
— Mas o terminal velho está operacional e para su- prir estamos construindo uma área temporária, com três pontes, que será desativada depois. Não é diferente do que foi feito em Heathrow, em Londres. Vai funcio- nar de 15 de maio a 31 de julho. Nos outros aeroportos, as obras são definitivas — diz Gustavo do Vale.
Ele afirma que no Recife está tudo pronto. Em Salvador, não há ampliação, só reforma em que foram fechados 28 balcões de check-in, construídos novos 36. Agora, funcionarão 64, sendo 28 velhos. Em Curitiba, foram instalados dois fingers novos e o pátio estará pronto no final do mês. Em Porto Alegre, a ampliação não era para a Copa, segundo ele, e o que está pronto é a reforma da área de embarque e desembarque:
— Lá, foi instalado o sistema Elo, que são conectores (tubos) protegidos do sol, da chuva, com ar-condicionado e elevador para pessoas com dificuldade de locomoção.
Em Cuiabá, o aeroporto não é internacional e não o será depois da Copa. As instalações de um terminal que recebe voos do exterior são provisórias. Em Natal, será decidido até 22 de abril, terça-feira, se será mantido no aeroporto Augusto Severo, que é público, ou em São Gonçalo do Amarante, privado. Augusto Severo, segundo ele, está com a reforma pronta desde 2012:
— Em Manaus, o terminal novo foi feito para durar 30 anos. A área operacional está pronta e falta o paisagismo. A reforma do terminal velho ficou para depois.
Em Confins, serão colocados tapumes nas extremidades não reformadas, mas ele garante que toda a parte central necessária para a Copa foi ampliada e reformada. Há o terminal três, para voos charter, aviação executiva, aviões da Fifa e das delegações, inteiramente pronto. Esse aeroporto será entregue pela Infraero para a iniciativa privada em agosto, da mesma forma que o Galeão:
— Nesses dois, as obras foram feitas de acordo com o projeto que novos concessionários têm. No Galeão, a reforma do terminal dois estará pronta até o final do mês e, no terminal um, a ala A está pronta. Nas alas B e C, o consórcio tem projeto diferente do nosso e por isso deixamos para eles. Os aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos já são geridos pela iniciativa privada.
Apesar do balanço positivo, quem viaja tem a sensação de trafegar entre canteiros de obras atrasadas e sem sinalização compreensível para um estrangeiro. Gustavo do Vale diz que voluntários da Fifa com domínio de língua estrangeira auxiliarão na orientação e fun zones serão instaladas para pessoas que estarão só de passagem em algumas cidades:
— Eu vejo tudo com certa tranquilidade. O Brasil está acostumado a grandes eventos. No Carnaval, tivemos 1 milhão de pessoas em Salvador. Na segunda-feira, após a ida do Papa, 120 mil pessoas passaram pelos aeroportos do Rio.
Agora resta torcer. Pela Seleção e tudo o mais.
Por Míriam Leitão e Alvaro Gribel

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