Barraqueiros da orla de Salvador vão a Semop em buscam de trabalho
No final da tarde do dia(15), cerca de 40 barraqueiros se reuniram com a Secretária Municipal da Ordem Pública – Semop, Rosema Maluf. Na oportunidade, os trabalhadores relataram que passam dificuldade financeira porque não receberam licença da prefeitura para trabalhar nas praias de Salvador. O grupo atua há mais de dez anos em Piatã, Jaguaribi, Placaford, Itapuã (ruas K, L,J e O), Stella Maris e Flamengo.
Um dos prejudicados é Edvaldo Santos dos Santos 66 anos. Dono da primeira barraca em Placaford, há 50 anos, ele disse que desde a derrubada, em 2012 está sem trabalhar e que cuida de três netos porque o pai das crianças morreu por complicações no coração. “Ele estava muito triste com essa situação e quando soube que tiraram meu direito de trabalhar disse: e aí meu pai saiu da praia e agora nós vamos viver de que?”. O rapaz de 36 anos ficou seis dias internado em coma e morreu no último domingo.
Preocupada com toda a situação, a vereadora de Salvador Tia Eron – PRB intermediou o encontro que teve Maristela Meneses, presidente da Associação de Defesa dos Interesses dos Consumidores do Estado da Bahia – ADIC, como representante dos barraqueiros. Maristela concorda que a prefeitura cumpra determinação do juiz federal Carlos Dàvila, mas que coloque em prática uma estratégia para que essas pessoas não fiquem sem trabalhar. Ela denuncia que ao distribuir Kits de praia, a prefeitura não contemplou esses profissionais e forneceu a licença para vendedores de bronzeador e de picolé.
Maristela acrescenta que a prefeitura precisa reavaliar os critérios da concessão das licenças liberadas. “Não acredito que uma cidade que se prepara para a copa pode deixar seu povo com fome por causa de uma ordem federal que não pode ser revogada. Não vamos retroceder porque tenho certeza que se a prefeitura fizer um novo estudo vai convencer o juiz que nós temos direito a licença para trabalhar”, finaliza.
Por sua vez, a secretária Rosema ressaltou que se o grupo sabe de irregularidades no processo de entrega das concessões que faça a denúncia ao Ministério Público Federal – MPF e acrescentou que sua secretaria dispõe de equipes de inteligência que atuam nas praias para detectar irregularidades. Essa mensagem da secretária deixou os barraqueiros com os ânimos exaustados e retrucaram o por que essa equipe de inteligência não atuou antes da entrega dos kits com a missão de identificar os que realmente tem direito a licença para trabalhar.
ASCOM