Lojista da ilha quer solução para ferries e aciona estado
Delegada distrital de Nazaré, Salinas, Vera Cruz e Itaparica do Sindicato de Lojistas da Bahia (Sindlojas), a comerciante Lenise Ferreira entrou, nesta quarta-feira, 22, com uma representação contra o estado, no Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA), por conta de problemas no sistema de ferryboat.
Segundo Lenise, a representação pede que o MPF apure o uso indevido de verba federal e descumprimento de lei federal de licitação e concessão.
Ela alegou que, no relatório feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), ainda na gestão da concessionária TWB, foi apontado superfaturamento no custo das embarcações Anna Nery e Ivete Sangalo. “Com base nisso e outros argumentos o governo rompeu com a TWB. A verba era federal”, destacou.
Contrato
Com relação ao descumprimento de lei federal, Lenise afirmou que o “governo não poderia estender por mais 180 dias o contrato emergencial com a Internacional Marítima” – que opera o sistema atualmente.
O vice-governador e secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, disse que Lenise está desinformada: “Já a atendi no meu gabinete. A renovação é um direito legal. Foi feita com consentimento e fiscalização do Ministério Público baiano. Se não renovasse, o sistema parava”.
A promotora estadual de justiça Joseane Suzart, que cuida do caso, foi procurada, mas não foi localizada.
Otto disse que a representante do Sindlojas quer “politizar” a situação. “Ela apoia (o deputado federal) Antonio Imbasshy”.
Lenise rebateu: “Ele (Otto) está querendo tirar o foco do problema. Minha simpatia por Imbassahy não tem nada a ver com isso”.
Sobre a ocorrência da última segunda-feira, quando o ferry Pinheiro ficou parado no mar por meia hora, Lenise disse que teve informações de um marinheiro que este ferry teve um problema na reversão e quase colidiu com pedras no Terminal de Bom Despacho, já no sábado.
“Um marinheiro me ligou e contou sobre o problema. Ainda nesse dia, o ferry continuou operando, e nos dias seguintes colocaram novamente”, criticou.
O presidente do Sindicato Nacional dos Marinheiros, Paulo Santana, disse que pretende hoje protocolar um pedido na Capitania dos Portos, Secretaria da Segurança Publica e no Ministério Público do Trabalho, pedindo que seja investigada a declaração do vice-governador, de que “houve sabotagem” na ocorrência do ferry Pinheiro.
“A acusação pesa sobre o trabalhador. Ele (vice-governador) terá que provar. Não basta chegar na mídia e falar de sabotagem”, destacou.
“Pode entrar com o pedido. Também estamos investigando”, desafiou Otto.
(A Tarde)