Aprender a ensinar
Alterar profundamente a formação dos professores e também o
sistema de administração escolar, além de criar um currículo mais adequado aos
tempos atuais, que leve ao aluno o conhecimento de que ele realmente
necessitará no seu cotidiano. Esses são alguns dos pontos sugeridos por
especialistas para melhoria de nosso sistema educacional.
sistema de administração escolar, além de criar um currículo mais adequado aos
tempos atuais, que leve ao aluno o conhecimento de que ele realmente
necessitará no seu cotidiano. Esses são alguns dos pontos sugeridos por
especialistas para melhoria de nosso sistema educacional.
O economista Fernando Veloso, da Fundação Getulio Vargas Rio,
acha que é preciso estabelecer metas de aprendizagem em todas as séries e
disciplinas, criar um currículo nacional e integrar as metas de aprendizagem
com avaliação, currículo, material pedagógico e formação de professores.
acha que é preciso estabelecer metas de aprendizagem em todas as séries e
disciplinas, criar um currículo nacional e integrar as metas de aprendizagem
com avaliação, currículo, material pedagógico e formação de professores.
“Como a condição socioeconômica é um determinante importante
do desempenho educacional, é preciso ter políticas específicas para escolas que
atendem crianças e jovens de famílias mais pobres”, lembra ele, ressaltando que
essas mudanças envolvem uma combinação de medidas, como elevação da carga
horária (possivelmente tempo integral), melhores professores e infraestrutura
de qualidade”.
do desempenho educacional, é preciso ter políticas específicas para escolas que
atendem crianças e jovens de famílias mais pobres”, lembra ele, ressaltando que
essas mudanças envolvem uma combinação de medidas, como elevação da carga
horária (possivelmente tempo integral), melhores professores e infraestrutura
de qualidade”.
O sociólogo Simon Schwartzman, presidente do Instituto de
Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), diz que, “para sairmos de onde estamos
patinando, é preciso mexer na formação dos professores, nos sistemas de
administração escolar e nos conteúdos do que é ensinado”.
Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), diz que, “para sairmos de onde estamos
patinando, é preciso mexer na formação dos professores, nos sistemas de
administração escolar e nos conteúdos do que é ensinado”.
Hoje, segundo ele, os professores são formados em cursos
universitários que não os formam naquilo que devem ensinar (Português,
Matemática, Ciências) nem em como ensinar.
universitários que não os formam naquilo que devem ensinar (Português,
Matemática, Ciências) nem em como ensinar.
Melhorar o salário é importante para tornar a profissão mais
atraente para gente mais qualificada, mas, ressalta Schwartzman, “não ajuda em
nada se os professores forem os mesmos e não puderem ser estimulados pelo bom
trabalho e, eventualmente, afastados por mau desempenho, ou seja, sem um
sistema de mérito contra o qual os sindicatos se opõem sempre”.
atraente para gente mais qualificada, mas, ressalta Schwartzman, “não ajuda em
nada se os professores forem os mesmos e não puderem ser estimulados pelo bom
trabalho e, eventualmente, afastados por mau desempenho, ou seja, sem um
sistema de mérito contra o qual os sindicatos se opõem sempre”.
Nesse esquema, as escolas seriam geridas “por diretores
responsáveis pelo desempenho dos alunos, e não meros burocratas ou indicados
políticos, o que ainda ocorre em boa parte de nossas escolas”.
responsáveis pelo desempenho dos alunos, e não meros burocratas ou indicados
políticos, o que ainda ocorre em boa parte de nossas escolas”.
Em relação ao currículo, “é necessário que seja bem
estruturado para garantir que os alunos aprenderão o essencial nos primeiros
anos, e a possibilidade de fazer opções, inclusive pela formação técnica de
nível médio, a partir do segundo grau”.
estruturado para garantir que os alunos aprenderão o essencial nos primeiros
anos, e a possibilidade de fazer opções, inclusive pela formação técnica de
nível médio, a partir do segundo grau”.
Schwartzman considera que hoje o currículo da educação fundamental
“é genérico demais, e o ensino médio é estrangulado por uma legislação que
exige um número absurdo de matérias obrigatórias, e pelo Enem, que transformou
as escolas em cursinhos de preparação para a prova”.
“é genérico demais, e o ensino médio é estrangulado por uma legislação que
exige um número absurdo de matérias obrigatórias, e pelo Enem, que transformou
as escolas em cursinhos de preparação para a prova”.
João Batista Araujo e Oliveira, ph.D. em Educação e
presidente do Instituto Alfa e Beto, acha que os grandes avanços em educação no
Brasil são de quantidade, “mas, na qualidade, patinamos, ou seja, não temos
paciência para crescer com qualidade”.
presidente do Instituto Alfa e Beto, acha que os grandes avanços em educação no
Brasil são de quantidade, “mas, na qualidade, patinamos, ou seja, não temos
paciência para crescer com qualidade”.
Além de formação, certificação e plano de carreira para os
professores e um currículo para o ensino fundamental, Araujo e Oliveira quer
diversificar o ensino médio e reformar o ensino superior na direção do
Protocolo de Bolonha, que uniu os governos da União Europeia em ações com o
objetivo principal de elevar a competitividade internacional do sistema europeu
do ensino superior.
professores e um currículo para o ensino fundamental, Araujo e Oliveira quer
diversificar o ensino médio e reformar o ensino superior na direção do
Protocolo de Bolonha, que uniu os governos da União Europeia em ações com o
objetivo principal de elevar a competitividade internacional do sistema europeu
do ensino superior.
O presidente do Alfa e Beto pede um “federalismo para valer —
com delimitação clara de papéis e, no caso do governo federal, troca do
intervencionismo por sistemas de incentivo para promover a diversidade, e não
para empurrar os programas do MEC goela abaixo”.
com delimitação clara de papéis e, no caso do governo federal, troca do
intervencionismo por sistemas de incentivo para promover a diversidade, e não
para empurrar os programas do MEC goela abaixo”.
Mozart Ramos Neves, do Instituto Ayrton Senna, acha que é
preciso rever a formação dada pelas nossas universidades, não somente os cursos
de Pedagogia, mas as Licenciaturas de um modo geral em busca de “uma formação
que seja capaz de integrar as novas tecnologias e plataformas de aprendizagem
para o desenvolvimento humano”.
preciso rever a formação dada pelas nossas universidades, não somente os cursos
de Pedagogia, mas as Licenciaturas de um modo geral em busca de “uma formação
que seja capaz de integrar as novas tecnologias e plataformas de aprendizagem
para o desenvolvimento humano”.
Ele acha fundamental “incorporar ao cotidiano das escolas as
habilidades não cognitivas ou sócioemocionais no processo de aprendizagem”.
habilidades não cognitivas ou sócioemocionais no processo de aprendizagem”.
É preciso ir além do cognitivo, que ainda é um grande
desafio, diz ele, potencializando fatores como cooperação, resiliência,
disciplina, planejamento e organização para alavancar os resultados de
aprendizagem.
desafio, diz ele, potencializando fatores como cooperação, resiliência,
disciplina, planejamento e organização para alavancar os resultados de
aprendizagem.
“Isso já vem sendo observado em escolas que empregam games
associados a esses fatores, saltos de aprendizagem significativos são
verificados”, observa Mozart.
associados a esses fatores, saltos de aprendizagem significativos são
verificados”, observa Mozart.
Blog do Noblat