Movimento defende a humanização no parto
Dezenas de pessoas mostraram seu apoio a Marcha pela Humanização do Parto em Sorocaba, quando reuniram-se na manhã de sábado, 19, em frente a Santa Casa de Misericórdia, para lutar pela diminuição do sofrimento de mães e bebês quando a escolha da mulher é pelo procedimento natural.
De acordo com a bióloga Érica Guimarães, o Brasil pratica um número abusivo de cesarianas. “As normas, segundo a Organização Mundial da Saúde, é que o número deste tipo de parto não ultrapasse de 15% dos nascimentos, mas o Brasil está longe de seguir estas orientações”, esclarece.
Para Érica, que é mãe de dois filhos nascidos de parto natural, a assistência neste momento faz toda a diferença na escolha da mulher. “São inúmeros os casos de mulheres que se submeteram ao parto natural em hospitais e que ficaram traumatizadas pelas dezenas de intervenções, muitas vezes desnecessárias, a que foram submetidas”, explica.
Segundo a bióloga, esta vivência faz com que esta mulher tenha e passe para frente uma visão equivocada sobre o assunto. “Geralmente esta mãe conta as amigas o seu trauma e desencoraja as que querem o caminho natural. Não é culpa delas, mas, é importante esclarecer, que isto só acontece porque esta mãe passou por intervenções que macularam o momento mais mágico de sua vida, que teria sido muito diferente se tivesse acesso a uma assistência adequada”, afirma.
Médicos do bem/Entre as reivindicações do movimento está a defesa as instituições e aos médicos que praticam o parto humanizado na rede pública e privada. De acordo com a organização da Marcha, estes profissionais tem sido assediados em seu ambiente de trabalho e são cobrados pela sua conduta, pois deixam se ser comercialmente viáveis, uma vez que uma mulher gasta muito mais tempo para a dar a luz no parto normal, ocupando espaço.
opinião: Claudia Gondim, Conselheira de amamentação pela UNICEF
Amor dá leite
Muitos me perguntam o que tem a ver a amamentação com a marcha e a resposta é: tudo!
Uma mulher que tenha um parto bem assistido terá leite de sobra para amamentar seu filho e é para isso que lutamos, ou seja, para que o reencontro entre mãe e bebê seja saudável e cheio de amor, pois é este o sentimento capaz de liberar o hormônio citocina, responsável pelo leite.
MAIS
Sofrimento
Uma em cada quatro mulheres relatam ter sofrido algum tipo de violência no momento do parto. Entre elas estão as privações de necessidades básicas como ir ao banheiro e tomar água.
90% dos partos são cesarinas no Brasil
20 minutos é o tempo máximo para o bebê mamar pela primeira vez
(Rede Bom Dia)