Creches Escolas Comunitárias denunciam descaso
A professora Hamilta Maria de Jesus Queiroz, representante do Fórum em Defesa das Creches Escolas Comunitárias, Filantrópicas e Confessionais de Salvador, fez uso da Tribuna Popular da Câmara durante a sessão ordinária de segunda-feira (02). O objetivo foi denunciar o descaso com a educação, principalmente nos bairros da periferia e solicitar o apoio dos vereadores para a manutenção das entidades.
De acordo com Hamilta, o fórum foi criado em 2011, com o propósito de intermediar, orientar e defender os profissionais que atuam nas creches municipais. Ela reforça que a educação acontece no seio da comunidade. As crianças são filhas de mães e pais que também viveram esta realidade. “Não somos cuidadores, nem tias, somos educadores”, pontuou a professora.
Na oportunidade Hamilta denunciou o descaso com os profissionais e as instituições, além de criticar a ausência da merenda escolar. Segundo ela, a ação se apresenta como um racismo institucional, pois a maioria das creches comunitárias funciona na periferia, em comunidades carentes. “A situação das creches ainda não está resolvida. A Secretaria de Educação não regularizou o repasse de verbas, dos anos de 2010 e 2011. E não efetuou o pagamento de forma trimestral como foi prometido”, esclarece a professora.
Apoio da Casa
Os vereadores se associaram a professora, destacando o caráter emergencial da situação das creches, além de priorizar vários assuntos ligados ao tema. O vereador Leo Prates (DEM) destacou a necessidade da qualidade e manutenção da alimentação nas creches. Aladilce Souza (PCdoB), elogiou o esforço e empenho dos profissionais em abrigar as crianças carentes da cidade. “É uma irresponsabilidade da Secretaria de Educação. Estes trabalhadores assumem uma responsabilidade que é da prefeitura”, pontuou.
O vereador Arnando Lessa (PT) também buscou ressaltar o espírito altruísta dos trabalhadores. “Sem o devido apoio da Secretaria de Educação, os gestores comunitários, em alguns casos, chegam a tirar do seu próprio sustento, para manter as creches”, criticou. Marcell Moraes (PV) disse que o ideal é “priorizar as necessidades das crianças neste processo”.
O presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer na Casa, o vereador Silvio Humberto (PSB), chamou a atenção para a “péssima educação pública” e pontuou que “as creches são a porta de entrada para a educação”. O vereador ainda se associou às palavras da professora Hamilta. “Quando não são reconhecidas as prioridades das crianças nas comunidades carentes, há a prática de racismo institucional “, declarou Silvio.
Os vereadores Gilmar Santiago (PT), Leandro Guerrilha (PSL) e Pedrinho Pepê (PMDB) também deram seu apoio ao fórum. Eles enfatizaram as dificuldades na liberação de recursos para as creches e a importância dessas instituições para as famílias e a sociedade. O vereador Hilton Coelho (PSOL), preferiu ilustrar o cenário da educação atual como uma “situação escandalosa” e cobrou a regularização dos contratos em relação à mão-de-obra e a alimentação escolar nas creches municipais.