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Norte e Nordeste são os que mais sofrem com falta de médicos

Apenas 4% dos profissionais brasileiros, registrados nos conselhos, estão na região Norte. A proporção é de 0,9 médico por 1 mil habitantes na região. Para o Ministério da Saúde, a relação é muito baixa. Está abaixo da média nacional, de 1,8 médico por 1 mil habitantes, também considerada aquém do necessário para o país. O número é inferior ao do Reino Unido (2,7), cujo sistema de saúde é universal, Argentina (3,2) e Uruguai (3,7).
Dos cinco estados brasileiros com menos de 1 médico para atender cada 1 mil habitantes, três estão na região Norte e dois no Nordeste. A pior situação é a do Maranhão, com relação 0,58 médico por 1 mil habitantes. Do total, 21 Estados estão abaixo da média nacional usada pelo governo, cujo ano de referência é 2012. O Distrito Federal tem a maior proporção de médicos por habitante (3,46), segundo o levantamento (confira mapa).
A referência é a mais utilizada para definir a quantidade de médicos no país. Apesar de revelar desigualdades, ela ainda esconde diferenças maiores dos municípios. Em uma mesma cidade, a realidade das periferias, áreas pobres e de conflitos não é a mesma das demais em termos de oferta de médicos. Nessas regiões, os médicos são ainda mais escassos. O mapa do Estado de São Paulo ilustra bem a situação: 57,6% desses profissionais estão na região metropolitana.
Carências
De acordo com o Ministério da Saúde, dos 360 mil médicos em atividade no Brasil em 2012, 206 mil trabalhavam na região Sudeste. Um estudo da Estação de Pesquisas de Sinais de Mercado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre a escassez de médicos no país mostra que cerca de 1,3 mil dos 5.565 municípios brasileiros possuem um médico para atender cada 3 mil habitantes. Do total de cidades, 7% não possuem médicos que morem nesses locais.
E a projeção do governo é de que o déficit de médicos aumente. Marechal Thaumaturgo é um dos 1.568 que pediram médicos pelo Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) e não conseguiram. Em todo o país, 55% das 2.867 cidades que pediram os profissionais não receberem nenhum. As primeiras seleções do programa, a maior aposta do governo para a interiorização de médicos, abriram 13 mil vagas e 3,6 mil foram preenchidas.
Além da demanda do programa que financia profissionais com bolsas de R$ 8 mil e concede bônus de 10% em programas de residência depois aos participantes, o Ministério da Saúde estima criar 35 mil postos de trabalho para médicos até 2015. As vagas surgirão em hospitais, unidades básicas de saúde e de pronto-atendimento.

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