Economia em retração
O Brasil sofre as consequências da retração da economia mundial, mas está longe de entrar em estagnação. Vamos crescer menos, sem poder contar com estímulos externos.
Estamos chegando ao sexagésimo mês desde a eclosão da crise de 2008 no mercado financeiro americano e a economia mundial continua em retração. Na Comunidade Europeia – com exceção da Alemanha, que cresce moderadamente e tem baixo nível de desemprego – não se espera crescimento para este ano, com suas taxas de desemprego sinistras sustentando o namoro com o caos social. Os Estados Unidos – que desde o início do ano ameaçam retomar um ritmo decente de crescimento – aparentemente “puseram as barbas de molho” diante da fraca reação da oferta de emprego nos cinco primeiros meses, forçando o presidente do FED, Ben Bernanke, a manter por mais algum tempo a escandalosa política de afrouxamento monetário, ao menos até que a taxa de desemprego caia abaixo de 7%, que ele considera a melhor indicação de retomada firme da atividade econômica.
Os EUA (e também o Brasil, pela parceria comercial) já estão tendo de lidar com as “ondas de choque” da desaceleração da economia da China, que pela sinalização do presidente de seu Banco Central, Zhou Xiaochuan, não terá como escapar do “doloroso ajuste” – o que foi interpretado pelos “mercados” como aviso de que o gigante chinês se contentará com crescimento do PIB de “apenas” 7% ao ano, no curto prazo. Impressão sublinhada talvez pela singela justificativa do Sr.Zhou, conforme registro na mídia: “Há muitos fatores instáveis e incertos e muita pressão descendente sobre a economia”…