Sucessão é um jogo de xadrez
Se a eleição presidencial chegar ao 2º turno, o mais provável é que o adversário da petista Dilma Rousseff saia da disputa entre o tucano Aécio Neves e a ex-ministra Marina Silva, que deve carimbar sua candidatura pelo partido em criação, o Rede Sustentabilidade.
O terceiro candidato da oposição, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ainda amarga uma posição desfavorável nas pesquisas e precisa crescer rapidamente
se quiser brigar com Aécio e Marina por um lugar ao sol.
O quadro sucessório de hoje, no entanto, pode se alterar substancialmente se José Serra migrar para o novo partido que surgiu da fusão PPS/PMN, o Mobilização Democrática, e tentar chegar ao Palácio do Planalto pela terceira vez. O tucano paulista ainda seria o mais forte candidato da oposição a Dilma Rousseff.
Na eleição de 2010, embora derrotado pela candidata do PT, Serra obteve expressivos 44 milhões de votos. Apesar de ser criticada diariamente pelas oposições, que ganham espaço sobretudo na grande imprensa, Dilma ainda mantém favoritismo, alcançando índice capaz de levá-la a se reeleger já no 1º turno. Mas a presidente está sob fogo cruzado, porque a inflação ameaça a estabilidade da política econômica.
Para o PSDB, principal partido de oposição, a presidente perderá mais pontos nas próximas pesquisas. Dilma sofreu uma queda de 8 pontos na recente pesquisa Datafolha, mas ainda sustenta 51% de intenção de voto contra 16% de Marina Silva, 14% de Aécio Neves e 6% de Eduardo Campos.
O tucanato vibrou porque Aécio Neves cresceu 4 pontos em relação à pesquisa anterior do Datafolha, mas seu índice de 14% de preferência do eleitor é considerado baixo,
se levarmos em consideração que ele concorre por um dos partidos mais fortes e que esteve em exposição, recentemente, nos programas de televisão do PSDB. Diante
desse resultado, tucanos paulistas não tem dúvidas em admitir que se o candidato
do partido fosse Serra, seu índice de aceitação seria maior.
É possível que a queda de Dilma Rousseff incentive o tucano paulista a mudar de partido e a se candidatar novamente, o representaria um desastre eleitoral para Aécio Neves e uma ameaça maior para a candidata do PT.
Dilma Rousseff está assegurando antecipadamente uma das vagas no 2º turno, caso a eleição não se defina no 1º turno. E os ambientalistas confiam que sua candidata, Marina Silva, tem chance de crescer, depois que conseguir criar seu partido e registrá-lo no TSE, passando a dispor de tempo integral para tocar a campanha.
Aécio Neves ainda não conseguiu “amarrar” o apoio integral do PSDB de São Paulo.
Por enquanto, o senador mineiro está amparado em São Paulo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, porque o governador Geraldo Alckmin continua mais preocupado com sua reeleição, apesar do favoritismo apontado pelas pesquisas. Alckmin promete levar Aécio Neves a tiracolo pelos municípios do interior a partir de janeiro de 2014, ano da eleição.(DC)
Por Eymar Mascaro