O roto e o esfarrapado
Geraldo Alckmin tem acusado o governo petista de Dilma Rousseff de não proteger as fronteiras do País, facilitando o contrabando de armas e drogas, que acabam sendo o principal agente na escalada da criminalidade nos estados.
O governador paulista está correto na sua análise, mas o mesmo contrabando de armas e drogas correu solto nas fronteiras também no governo de Fernando Henrique Cardoso. PT e PSDB, portanto, são parceiros no fracasso quando se trata de equacionar uma política séria e eficiente de segurança do País e dos cidadãos.
O tema da segurança pública será bandeira de campanha dos candidatos ao governo de São Paulo, em 2014. A criminalidade no estado atingiu um estágio insuportável, em que a população tem medo de sair às ruas até para ir trabalhar.
A situação, no entanto, seria a mesma se no lugar do PSDB o estado fosse governado
pelo PT, porque tucanos e petistas defendem a mesma tese implantada pelo ex-governador Franco Montoro de que, em primeiro lugar, devem ser preservado os direitos humanos dos presos. Deputados do PT e PSDB atuam na mesma linha no Congresso Nacional, colocando-se contrários ao endurecimento das penas aos criminosos e à redução da maioridade penal.
Para eles, o trombadão que tem 16 ou 17 anos, que mata, sequestra, estupra e põe fogo em pessoas vivas não pode cumprir pena na cadeia por ser menor de idade. Corre por aí a versão de que o endurecimento da pena não interessa aos advogados que defendem criminosos.
Outro tema que servirá de bandeira na campanha será o descaso dos partidos com a
saúde pública. Já no governo de FHC as televisões exibiam cenas chocantes de doentes esparramados pelos corredores dos hospitais, por falta de leitos. Muitos desses doentes ficavam esquecidos nas macas ou deitados no chão.
As mesmas cenas podem ser vistas hoje também no governo de Dilma Rousseff. Os tucanos vão explorar o filão da negligência governamental na hipótese do candidato do PT ao governo paulista vir a ser Alexandre Padilha, ministro da Saúde.
Os petistas vão responder aos tucanos que também o ex-ministro José Serra – que o PSDB considera o melhor ministro da Saúde que o Brasil já teve – não conseguiu equacionar o grave problema nos hospitais que atendem pelo SUS.
Alckmin é o candidato favorito para levar o PSDB a mais uma vitória em São Paulo. É possível que o governador tucano enfrente um outro candidato-poste lançado por Lula, que seria o próprio Alexandre Padilha.
O ex-presidente está convicto de que vai começar a campanha em São Paulo com milhares de votos já garantidos, que seriam de torcedores corintianos. Para as torcidas organizadas, é Lula quem está construindo o estádio do clube, o Itaquerão, que servirá de palco para o jogo de abertura da Copa do Mundo em 2014, ano das eleições.
Caberá ao ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, amigo do peito de Lula, convocar as torcidas organizadas do clube para captar votos para o candidato do PT, como fez na eleição para a Prefeitura paulistana, embora Fernando Haddad fosse um torcedor sãopaulino, como eu.