Volume de crédito cresce. E a inadimplência não cede
A soma das operações de crédito contratadas por pessoas físicas e jurídicas no país, classificada como estoque de crédito do sistema financeiro, alcançou a cifra de 2,452 trilhões de reais em abril, alta de 1,1% ante março. Em 12 meses, a elevação foi de 16,4%. O valor representa 54,1% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta sexta-feira. Enquanto o volume de crédito aumenta, a inadimplência não cede: a taxa média de atrasos superiores a noventa dias no crédito livre (segmento que exclui créditos rurais, imobiliários e de infraestrutura, concedido pelo BNDES) permaneceu em 5,5% em abril, estável em relação a março.
De acordo com a autoridade monetária, o crédito livre, caracterizado pela tomada de empréstimos sem fim específico, cresceu 0,5% no mês e 11,1% em 12 meses, enquanto o direcionado (aquele destinado para compra de um bem específico como imóvel ou automóvel, por exemplo) aumentou 1,9% no mês e 24,6% em 12 meses. No crédito livre houve crescimento de 1% para pessoas físicas no mês, 2,1% no acumulado do ano e 9,2% em 12 meses. Para as empresas, no crédito livre, houve estabilidade no mês e altas de 0,5% no ano e de 13,1% em 12 meses.
Em relação à pessoa física, houve ligeira redução da inadimplência no crédito livre: de 7,6% em março para 7,5% em abril. Já entre as pessoas jurídicas foi constatada uma nova elevação, após a queda registrada em março. A taxa subiu para 3,7% em abril, ante 3,6% no mês anterior.
No crédito pessoal, a inadimplência caiu de 4,5% em março para 4,4% em abril. No caso do cheque especial, houve diminuição do calote no período de 7,8% para 7,2%. Já em relação aos recursos direcionados, a inadimplência total ficou em 1,2% em abril, ante 1,1% em março, e no geral continua estável em 3,6%.
Assim como em março, a inadimplência na compra de veículos ficou em 6,3% em abril. No caso da compra de outros bens, a inadimplência passou de 9,7% em março para 9,6% em abril. No cartão de crédito, subiu de 25,7% para 26,1% no período.
Spreads — O spread bancário médio (diferença entre o custo de captação do banco e o valor pago pelo tomador de crédito) no crédito livre subiu de 17,7 pontos porcentuais em março para 17,9 pontos porcentuais (pp) em abril. O spread médio da pessoa física no crédito livre subiu de 25,4 pp em março para 25,5 pp em abril. Para pessoa jurídica, médio passou de 10,9 pp para 11,2 pp, no período.
O spread médio do crédito direcionado caiu de 3,0 pp para 2,7 pp na mesma comparação. O spread médio no crédito total (livre + direcionado) se manteve em 11,7 pp em março e abril. Por fim, o BC informou que a taxa de captação dos bancos no crédito livre se manteve em 8,4% ao ano na mesma comparação.
Habitação — As operações de crédito direcionadas à habitação no segmento pessoa física cresceram 2,7% em abril ante março, totalizando 281,343 bilhões de reais. Segundo o BC, no acumulado em 12 meses até abril a expansão desse tipo de crédito está em 34,5%. No acumulado do ano, houve crescimento de 10,2%. Do valor total do crédito imobiliário, 252,323 bilhões de reais se referem a empréstimos concedidos com taxas reguladas pelo governo e 29,020 bilhões de reais, à taxa de mercado.
Veículos — O estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoas físicas recuou 0,2% em abril em relação ao mês anterior, segundo o Banco Central. Com isso, o total de recursos para aquisição de automóveis por esses consumidores ficou em 192,490 bilhões de reais no mês passado. No acumulado do ano, houve retração de 0,4%. Em 12 meses, foi registrado crescimento de 4,9%.
As concessões acumuladas no mês de abril para financiamento de veículos para pessoa física somaram 7,660 bilhões de reais, o que representa alta de 8,0% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior, houve queda de 1,1%. Em 12 meses, houve recuo de 5,9%.
O BC informou ainda que o saldo de operações de leasing para compra de veículos por pessoas físicas registrou queda de 6,9% ante março. O saldo ficou em 13,562 bilhões de reais no final do mês passado. No ano, a queda é de 23,5%. Em 12 meses, o recuo foi de 52,1%.
(Veja)