Ponte de Itaparica beneficia 4 regiões
O fortalecimento da atividade turística na Região Metropolitana de Salvador (RMS), Litoral Sul, Costa do Dendê e do Cacau foram alguns dos reflexos positivos proporcionados pela construção da ponte Salvador- Ilha de Itaparica expostos, nesse sábado (13/4), pelo secretário estadual do Planejamento, José Sérgio Gabrielli, durante o painel Ponte Salvador – Itaparica: Impactos econômicos no turismo.
O painel ocorreu no Núcleo do Conhecimento, espaço dedicado à troca de experiências do II Salão Baiano de Turismo, que segue até este domingo (14), no Centro de Convenções. A apresentação contou com a participação do secretário do Turismo, Domingos Leonelli, da senadora Lídice da Mata e do representante do trade turístico, o empresário Marcone Dutra.
O secretário José Sérgio Gabrielli destacou que estudos socioeconômicos serão realizados para subsidiar estratégias que contornem possíveis impactos negativos para os municípios. “A ponte é um vetor de integração de 24 municípios. Ela traz em si muitos impactos neste sentido e suas vantagens não se encerram na mobilidade Salvador-Ilha”, ressaltou Gabrielli. Por isso, explicou o secretário, “não se discute uma obra de engenharia e sim, os ganhos e desafios do projeto por meio do Plano de Desenvolvimento Socioeconômico da Macro Área de Influência da Ponte Salvador–Itaparica”.
Dentre as vantagens que o equipamento trará para a economia e a atividade turística do estado o secretário enumerou: impulso para o desenvolvimento turístico; desenvolvimento urbano da Ilha de Itaparica; reforço para o plano de turismo náutico; redução do tempo de viagem entre regiões do estado e a capital; distribuição do tráfego leve em novas vias aliviando o fluxo na BR-324; requalificação de acessos viários, melhoria da qualidade de vida decorrente do investimento em infraestrutura, dentre outras.
O debate após a apresentação de Gabrielli contou com a participação de representantes dos municípios beneficiados que buscaram informações sobre o projeto e seus possíveis impactos ambientais e econômicos. “O custo de vida na ilha sobe muito durante o verão. Nossa preocupação é que com o aumento do fluxo esta alta se mantenha por todo o ano”, expôs Delmiro Cruz, morador de Itaparica.
O secretário destacou que com a ponte a ocupação na ilha vai passar a ser de moradores e não de veranistas como é atualmente. “O aumento do fluxo vai demandar também novas atividades e serviços. A população deve estar atenta a essas oportunidades”, sugeriu.
Sobre a atual ocupação do território e a exploração do turismo em Itaparica, o secretário do Turismo, Domingos Leonelli, afirmou que a Setur tem a intenção de atuar mais ativamente na região. “Agora, com mais recursos, aumenta a nossa capacidade de investir na atividade turística da ilha. Como Estado, podemos auxiliar também na formulação do seu plano de desenvolvimento urbano.”, afirmou Leonelli.
O empresário soteropolitano, Miguel Arribas, acredita que a construção da ponte traz muito mais benefícios do que impactos a serem contornados. “Eu entendo alguns questionamentos, mas são problemas que podem ser solucionados com planejamento enquanto, o acesso a Salvador e alguns municípios dependem exclusivamente desta ponte. É inconcebível que Salvador, com três milhões de habitantes, tenha apenas uma saída.”, ressaltou.
Com a ponte, a distância de Salvador para 24 municípios será reduzida em mais de 40%. Para o Litoral Sul será encurtada em 150 km. Até a Ilha de Itaparica o tempo de viagem será reduzido de 1h30 para 30 minutos, em via terrestre. Para Valença a redução será de 3h30 para 1h45.
A previsão é de que a obra fique pronta em 2018, ao custo de R$ 7 bilhões. O primeiro edital foi lançado no início do mês e prevê a execução dos serviços de sondagem em mar e em terra. O prazo para a conclusão do levantamento dos dados é de cinco meses a partir da contratação da empresa que vencer a licitação. Nas próximas semanas, será publicado o edital para formulação do projeto básico e estudos urbanísticos do empreendimento.
A ponte terá aproximadamente 12 km, com um total de seis faixas de tráfego e duas pistas de acostamento, o que garante melhores condições de mobilidade e segurança. De acordo com o secretário do planejamento, o projeto prevê, além da ponte, soluções para os acessos aos sistemas viários, assim como a reconfiguração da BA-001, no trecho situado na ilha.
“Temos estudos para avaliar alternativas para o tráfego em Salvador e na ilha. Em Itaparica, por exemplo, ela vai desembocar em local em que o tráfego precisa ser melhorado”, disse.
(Tribuna)