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Estudo prevê colisões catastróficas de lixo espacial com satélites

Antevisão artística de uma colisão de detritos espaciais com um satélite a orbitar a Terra
Se não forem tomadas quaisquer medidas, os satélites que orbitam a Terra a altitudes entre os 700 km e os 1000 km poderão ser destruídos por lixo espacial em cada período de cinco a nove anos, conclui um estudo feito pela Comissão de Coordenação do Lixo Espacial Inter-Agências.
A organização, formada pelas 12 maiores agências espaciais, revela que essas altitudes são principalmente usadas por satélites de observação da Terra e prevê que o número de detritos espaciais com mais de 10 cm aumente fortemente nos próximos 200 anos por causa das colisões.
O estudo foi apresentado hoje em Darmstadt, na Alemanha, no primeiro dia da Sexta Conferência sobre Lixo Espacial da Agência Espacial Europeia (ESA), organização a que Portugal pertence.
O lixo espacial é formado principalmente por andares de foguetões abandonados, satélites desactivados e fragmentos provenientes da explosão de baterias, tanques pressurizados e depósitos de combustível desses satélites.

29.000 detritos espaciais com mais de 10 cm


Desde 1957, mais de 4900 lançamentos de foguetões e naves para o espaço deixaram na órbita da Terra mais de 29 mil detritos com dimensões superiores a 10 cm, sendo 23 mil monitorizados regularmente. 
Mas a situação é mais complexa, porque há 670 mil detritos com mais de 1 cm e mais de 170 milhões com mais de 1 milímetro. Segundo a ESA, alguns destes detritos viajam a velocidades superiores a 56.000 km por hora.
Heiner Klinkrad, responsável por esta área na ESA, afirma que “uma colisão de um satélite com um objeto de 10 cm provocaria uma fragmentação catastrófica, um objeto de 1 cm poderia avariar uma nave ou penetrar nos escudos especiais de protecção da Estação Espacial Internacional, e mesmo um detrito de 1 milímetro poderia destruir os sensores de um satélite”.
Há detritos que acabam por ser desintegrados ao atravessar a atmosfera, devido ao atrito, mas o problema é que cada vez há mais lançamentos de satélites e naves para o espaço.E não há ainda nenhum processo eficaz para os remover.
E dois acontecimentos dos últimos anos agravaram fortemente a situação. O primeiro foi um teste de destruição de um satélite a partir da Terra feito pela China em 2007. O outro, em 2009, foi o choque acidental entre o satélite de telecomunicações Cosmos 2551, da Rússia, e um dos satélites de telecomunicações da rede Iridium, o primeiro acidente do género na órbita da Terra.

(Expresso Sapo)

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