Aldo quer que governo passe a ter influência sobre a CBF
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, defendeu nesta terça-feira que o governo passe a ter o poder de interferir na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – entidade que é privada mas frequentemente se beneficia de recursos públicos. O ministro participou de uma audiência pública sobre a Copa do Mundo de 2014 na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Hoje, a confederação é gerida de forma privada, e tem seus dirigentes eleitos por representantes das federações estaduais – por sua vez, eleitos pelos clubes de futebol. Indagado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) sobre a postura do governo a respeito da permanência de José Maria Marin na presidência da CBF, Aldo afirmou que o Executivo não pode interferir no assunto, mas disse que gostaria que o poder público tivesse poder sobre as decisões da confederação.
Sobre o modelo atual de autonomia da CBF, Aldo afirmou: “Eu não acho isso completamente certo. Acho que o esporte guarda grande interesse público nacional. Portanto, o estado não deve escolher presidente de federação ou confederação, mas deve ter um poder mediador”. Aldo evitou comentar, entretanto, a pressão para que Marin deixe o cargo. A Fifa estaria interessada na substituição do cartola – se não da CBF, pelo menos do Comitê Organizador Local (COL), que ele também preside. Marin também tem sofrido desgaste por sua ligação com grupos políticos que apoiaram a ditadura militar. À imprensa, Aldo disse apenas que ficou sabendo da posição da Fifa “pelo noticiário”. O ministro também minimizou as denúncias de superfaturamento em obras ligadas ao evento e disse que todos os gastos estão sendo acompanhados com atenção.
“Creio que que a Copa do Mundo seja hoje, no Brasil, o principal alvo da fiscalização dos órgãos de controle”, garantiu Aldo, que ainda afirmou estar confiante na capacidade da infraestrutura do país durante o evento. Para o ministro, a inauguração de novas usinas hidrelétricas, como as de Jirau e Belo Monte, será suficiente para impedir problemas de abastecimento durante a Copa das Confederações, já neste ano, e o Mundial de 2014. Na avaliação dele, essas usinas “ajudarão o Brasil a reduzir os riscos decorrentes da exigência do fornecimento de eletricidade”. O ministro do Esporte afirmou ainda que discorda de quem aponta o risco de criação de “elefantes brancos” no país depois da Copa. “É controversa a ideia de que os novos estádios não se financiarão”, argumentou. Ele citou o exemplo da Arena Pernambuco, que será rodeada por um complexo comercial e residencial.
(Veja)