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Ensino de línguas estrangeiras fará parte de reforma do Ensino Médio

O papel que o ensino das línguas estrangeiras desempenhará na reformulação do Ensino Médio vai fazer parte dos seminários estaduais que a comissão que estuda o tema pretende realizar a partir do mês de abril. A afirmação é do presidente do colegiado, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). 

Ele destacou que esse foi um dos pontos da reformulação do Ensino Médio debatido por secretários de educação de todo o País, reunidos em São Luís (MA) na semana passada. O assunto também foi tema ontem de audiência pública na Câmara, proposta pelo deputado Francisco Praciano (PT-AM). 

De acordo com o presidente da comissão, o ensino de línguas estrangeiras vai ser o 10º eixo temático dos seminários estaduais. “Queremos debater esse assunto com os governos estaduais, com a sociedade e com os professores e estudantes”, afirmou. Para o deputado Praciano, “o desconhecimento de outros idiomas pelo brasileiro tem feito com que indústrias especializadas prefiram se instalar na Argentina, em vez do Brasil”. 

Durante a audiência pública, vários pontos que prejudicam o ensino de línguas estrangeiras nas escolas públicas foram identificados. Entre eles, a formação inadequada dos professores, ultrapassados modelos de ensino e aulas pouco motivadoras e desconectadas com o cotidiano dos alunos. 

“Não podemos apostar na internacionalização do País se não atacarmos esse problema”, afirmou a professora da Faculdade de Educação da USP, Gretel Fernandéz, participante do encontro.

Identificado como modelo a ser seguido, o ensino de idiomas da rede pública do Distrito Federal foi elogiado por todos. O chefe do Núcleo dos Centros Interescolares de Línguas da Secretaria de Educação do DF, Juscelino Sant’Ana, revelou a receita do sucesso. “No DF, a política de ensino de línguas tem 38 anos de historia. É uma politica de governo que, independentemente do governante de plantão, tem continuidade”, afirmou. 

Segundo ele, a formação sólida dos professores, aliada à carga horária extraclasse de 100 horas semanais, limite de alunos por classe e qualidade do ensino “faz com que os alunos, ao fim de três anos de curso, dominem completamente o idioma estudado”, destacou Sant’Ana. Para o professor de linguística aplicada da UnB, José Carlos de Almeida Filho, o atraso do Brasil no ensino de outros idiomas é explicado pela historia. 

“Durante séculos, o acesso ao ensino foi negado à grande parcela da população, e sentimos isso nos dias atuais”, afirmou. Ainda segundo o professor, “por isso mesmo, o País deve redobrar os esforços para reverter esse quadro”.

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