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Robótica estimula alunos a desenvolverem pesquisa científica

Em uma sala de aula, ferramentas, motores, sensores e baterias substituem os tradicionais cadernos, livros e canetas. O aparato tecnológico, embora não seja comum na maioria das escolas, vem sendo  utilizado pelos alunos na montagem de robôs.
O material faz parte das aulas de robótica, que já fazem parte da grade curricular de algumas instituições de Salvador. É o caso do Colégio Anchieta, na Pituba, onde alunos do sexto ano do ensino fundamental têm uma disciplina voltada para o tema.
O professor de robótica do Anchieta, Fábio Ferreira, destaca que o ensino da disciplina estimula o gosto pela pesquisa científica.
“Nosso foco é na construção do conhecimento científico. Os alunos não desenvolvem apenas os robôs, mas aprendem a pesquisar, a fazer relatórios técnicos e todas as normas que regem os trabalhos científicos”, conta.
De acordo com o professor, a robótica tem a capacidade de promover a junção entre as disciplinas. “O trabalho é realizado de forma interdisciplinar e conta com o conhecimento adquirido em outras disciplinas”.
A possibilidade de trabalhar com o tema não se restringe aos alunos do sexto ano do Anchieta. Os demais estudantes podem participar do Clube de Robótica, criado em 2007 com o objetivo de oferecer os conteúdos de robótica como uma atividade de extensão.
O clube conta com 30 alunos, do sexto ano do fundamental ao segundo ano do ensino médio. O diretor do colégio, João Batista de Souza, diz que o ensino de robótica torna o aprendizado  lúdico e atrativo. “É uma sintonia da escola com o mundo dos alunos. Hoje o conhecimento não se dá mais pela via material, mas também pela percepção”, acredita Batista.
Projetos – Além do Colégio Anchieta, as atividades de robótica são realizadas também na Escola Djalma Pessoa (Sesi Piatã). Apesar de não ter uma disciplina, os conteúdos são trabalhados no laboratório de robótica em parceria com  as matérias tradicionais.
O objetivo do trabalho é aliar a teoria da sala de aula com a prática, aplicando os conhecimentos adquiridos à realidade dos alunos. Participam das atividades apenas estudantes do primeiro e segundo ano do ensino médio, mas a meta da instituição é ampliar para as demais séries.
A coordenadora pedagógica da escola, Valdineia Scaldaferri, explica que as aulas são planejadas entre os professores da disciplina regular e robótica. “Os alunos desenvolvem habilidades que em sala de aula não conseguiria desenvolver, como autonomia, respeito, trabalho em equipe”, diz.
O professor de robótica, Jackson Amorim, destaca o incentivo à criatividade dos alunos. “Eles têm a possibilidade de experimentar, de criar, podem visualizar, na prática, o que aprendem na sala de, podem aplicar o  conhecimento adquirido”, acrescenta.
Carências – Para o coordenador da Comissão Especial de Robótica na Sociedade Brasileira de Computação, Flávio Tonidandel, o caráter interdisciplinar é uma das principais vantagens, mas acredita também que a robótica pode facilitar o ensino das ciências exatas.
“O Brasil tem uma grande carência de engenheiros e profissionais da área da computação. Com a robótica, podemos lapidar estes futuros profissionais”, afirma Tonidandel, que também é coordenador da Mostra Nacional de Robótica.
(A Tarde)

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