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João deve permanecer neutro até 2º turno

O silêncio do prefeito João Henrique (PP) em relação ao seu apoio na sucessão municipal que bate à porta tem gerado um clima de expectativa entre os candidatos ao cargo hoje exercido pelo pepista. 
Após o seu partido, o PP, ter batido o martelo em torno da adesão à candidatura petista, encabeçada pelo deputado Nelson Pelegrino, deixando-o, no entanto, livre para tomar a decisão que achasse mais acertada, o prefeito não mais se manifestou e, consequentemente, o que não faltam são especulações em torno do assunto, em especial pela proximidade do pleito. 

Há quem aposte que o gestor seguirá o direcionamento dos seus correligionários e se renderá ao projeto petista, o que, por tabela, o levaria à tão sonhada aproximação com o governador Jaques Wagner que, até então, não teria se firmado da maneira esperada. O maior empecilho seria a escolha da vice, a comunista Olívia Santana, que sempre que acha espaço dispara sua metralhadora contra o alcaide e sua administração. 
 
Contudo, há quem assegure que a demora se dê pelo desejo claro de JH em aderir à campanha do candidato democrata, ACM Neto, cuja relação amistosa nunca foi segredo. A dificuldade estaria no fato de Neto ser um dos principais opositores aos governos estadual e federal, da qual JH integra a base. 
Fontes próximas ao prefeito, entretanto, em contato com a Tribuna, sinalizam que ele está e continuará neutro, observando o processo eleitoral durante o primeiro turno. O sentimento é de que o prefeito vai se manter distante do processo sucessório nessa fase. 
 
A expectativa é que somente após observar a maneira como os candidatos se comportarão diante dele e da sua gestão é que definirá quem apoiar verdadeiramente, mas isso na segunda fase do pleito. 
 
No Palácio Thomé de Souza, o que se tem de regra é que JH não vai deixar nada, absolutamente nada, sem resposta. “Quem atacar vai ser contra-atacado”, tem dito João a auxiliares próximos.
 
Os prefeituráveis, por sua vez, preferem minimizar quando questionados sobre o impasse, o que evidencia a esperança de tê-lo como puxador de votos.  Pelegrino, por exemplo, se limitou a dizer que o prefeito tem tentáculos em todas as candidaturas, fazendo questão de lembrar que o PTN, que embora faça parte do Executivo municipal, foi liberado pelo pepista para apoiar ACM Neto.  
Ele citou ainda o PSC, que tem cargos no governo de João Henrique, mas apoia o PMDB. Mas, por fim, destacou que “o prefeito, pelo que eu sei, não tem candidato”.
 
ACM Neto seguiu a mesma linha. “Não sei. Aí é uma questão que cabe ao PT, ao PP e ao prefeito João Henrique”.  Porém, ao enfatizar que sua política não será de ataques à atual gestão, revela ainda, nas entrelinhas, que o apoio será bem-vindo. 
 
“Eu acho que não podemos ficar olhando para o passado. Eu não vou fazer uma campanha baseada nas críticas ao que existe hoje. Nós vamos evidenciar os problemas, mas, sobretudo buscar as soluções. Quando eu assumir, se for eleito, não vou ficar buscando desculpas ou culpados. 
Não vou ficar olhando para trás dizendo que o ex-prefeito fez isso, fez aquilo. Todo mundo sabe quais são os problemas de Salvador. Não adianta depois buscar desculpas, nem culpados. Eu acho que é olhar para o futuro”, declarou.

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