Brasil autoriza contratação de mulheres motoristas nas embaixadas do país
Discreto, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, teve revelado o segredo que o seu carro é guiado por uma mulher há três semanas durante uma audiência pública no Senado. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) parabenizou Patriota por “ter escolhido” Rita Araújo como sua motorista. Orgulhoso por ser a antítese do machista, o chanceler sorriu e fez sinal de positivo com a cabeça.
Ao ser peguntando sobre o trabalho de Rita Araújo, Patriota é objetivo na resposta: “Ela é uma profissional impecável”. Determinado a eliminar qualquer tipo de preconceito na sua área, inclusive o de gênero, o chanceler autorizou a contratação de motoristas do sexo feminino nas embaixadas do Brasil no exterior.
A primeira representação brasileira a inovar foi a Embaixada do Brasil no Marrocos, comandada pelo embaixador Frederico Duque Estrada, que recebeu elogios por escrito da União Europeia pela inovação com uma ressalva: nas ruas das cidades marroquinas é possível contar quantas são as mulheres motoristas profissionais de trânsito. O país muçulmano, no entanto, é considerado um dos mais abertos do mundo árabe.
Em Brasília, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, também é guiado por uma mulher. Tovar não poupa elogios à sua motorista Valdeni Ferreira de Souza.
“Ela é excelente. Tem uma forma segura e rápida de dirigir. Impressionante os caminhos que ela conhece e que fazem a gente chegar logo aos lugares. É hiperpontual, corretíssima e faz o ambiente ser sempre agradável”, diz Tovar. “Por outro lado, as mulheres conseguem ser mais delicadas ao dirigir e suaves no tratamento. Eu adoro.”
Contrariando o senso comum, que domina parte do universo masculino, o porta-voz rebate as desconfianças sobre a habilidade de uma mulher ao volante. “Acho que faz toda diferença uma mulher motorista. [Elas] Conseguem, por exemplo, manter a intimidade no limite, sem ultrapassar”, disse Tovar.
(Agência Brasil)