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Governador da Bahia culpa prefeitos pela superlotação nos hospitais do estado

As declarações de alguns políticos responsáveis pelo bem-estar da população, especialmente na área da saúde, têm causado perplexidade. Nos últimos dias, algumas metáforas e justificativas utilizadas por autoridades deixaram os cidadãos incrédulos. Primeiro, foi o ministro da Casa Civil da União, cuja fala sobre “laranjada” gerou confusão e indignação. Agora, o governador da Bahia responsabilizou os municípios pela superlotação das unidades de saúde estaduais, atribuindo o problema exclusivamente à falta de ação das prefeituras.

Segundo o governador, até casos simples, como episódios de diarreia, estariam ocupando leitos hospitalares, inclusive em UTIs, devido à precariedade da atenção básica nos municípios. No entanto, essa afirmação levanta uma questão inevitável: se as policlínicas do estado realmente funcionam como deveriam, por que a regulação de pacientes continua sendo um desafio quase impossível? Muitos baianos perdem a vida à espera de uma vaga, sem acesso ao atendimento adequado.

Embora seja verdade que os municípios devem investir na atenção primária à saúde, transferir toda a culpa para as prefeituras ignora a responsabilidade direta do governo estadual. A crise da saúde na Bahia não pode ser reduzida a uma disputa de competências. O estado tem a obrigação de garantir assistência hospitalar de qualidade e investir na estrutura de saúde pública, especialmente nas regiões mais vulneráveis.

Um exemplo claro do descaso do governo estadual está na Ilha de Itaparica, onde o Hospital Geral agoniza há décadas, sobrevivendo de promessas não cumpridas. Ano após ano, a população espera melhorias, mas a realidade continua sendo o abandono total.

Além disso, é importante lembrar um episódio do passado recente: no ano passado, o próprio governador sugeriu, em palanque, que na falta de escolas, as prefeituras deveriam colocar lonas sob pés de amendoeira para improvisar salas de aula. É surpreendente imaginar que essa declaração tenha vindo de alguém que já ocupou o cargo de secretário de Educação do estado.

A saúde pública na Bahia precisa de soluções reais, e não de discursos que apenas transferem responsabilidades. Enquanto isso, a população segue sofrendo com um sistema ineficiente e negligente.

Visão Cidade

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