Operação de fim de ano do sistema Ferry-Boat: Uma verdadeira falácia
Em todos os períodos que antecedem as datas comemorativas, a operadora internacional responsável pelo sistema Ferry-Boat — um sistema notoriamente falido — divulga notas alegando que tudo está preparado para atender os seus clientes. No entanto, a realidade enfrentada pelos usuários é completamente oposta.
Desde os terminais até o embarque, os passageiros são submetidos a uma prestação de serviços de qualidade inferior ao prometido. O processo de compra de passagens, por exemplo, é marcado por longas e intermináveis filas, além de um atendimento que deixa muito a desejar. A tentativa de implementar um sistema de pagamento direto nas catracas, que deveria facilitar a vida do cliente, nunca funcionou adequadamente e permanece inoperante até hoje.
Outro serviço problemático é o de passagens com horário marcado, que, em teoria, estaria disponível a partir da meia-noite de cada dia. Contudo, raramente se encontra disponibilidade. O que se vê frequentemente nos terminais é o sistema de “demanda aberta”, que, segundo relatos de usuários, é utilizado para beneficiar “amigos de amigos”.
A chamada “operação especial de fim de ano” nada mais é do que uma promessa vazia. Os horários continuam os mesmos, sem qualquer alteração para atender ao aumento de demanda característico do período.
Sucateamento e falta de investimentos
O sistema Ferry-Boat está sucateado há mais de 20 anos, sem que haja clareza sobre os objetivos da concessionária ou do governo em resolver os problemas. Vários navios foram desativados sem explicações e, apesar da promessa de licitação para aquisição de novas embarcações, o processo avança a passos de tartaruga. Empresas interessadas em investir no sistema são cada vez mais raras, dado o estado de falência em que ele se encontra.
Por outro lado, a novela da ponte Salvador-Itaparica continua. Apesar de ser apresentada como uma solução moderna e eficiente, o projeto enfrenta dificuldades crescentes, incluindo aumentos constantes de custos e incertezas quanto à sua execução. Até o momento, o sonho da ponte de 12 km permanece uma maquete de primeiro mundo, mas um pesadelo na prática para os baianos.
Situação nos salões de passageiros
Além dos problemas estruturais, os salões de passageiros são frequentemente ocupados de forma inadequada. É comum encontrar assentos reservados com sacolas ou pessoas deitadas ocupando vários lugares, enquanto outros viajam em pé. Há ainda passageiros acompanhados de cães sem focinheiras, o que representa um risco à segurança. Tudo isso ocorre sem fiscalização ou orientação por parte da tripulação das embarcações.
A urgência de soluções
A cada ano, os usuários enfrentam o mesmo caos: filas intermináveis, transtornos, atrasos e desorganização. É essencial que a operadora do sistema tome medidas concretas para resolver esses problemas e que a agência reguladora atue de forma efetiva em defesa da população.
A qualidade do transporte público é um direito básico, e a atual situação do Ferry-Boat representa um descaso inaceitável com os baianos.
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