22 de abril: 5234 anos do Descobrimento do Brasil
Hoje dia 22 de Abril, comemoramos os 524 anos do descobrimento do Brasil, quando Pedro Álvares Cabral avistava o Monte Pascoal e os portugueses desembarcavam por aqui, dando início a colonização brasileira.
Como tudo começou?
E tudo começou numa quarta-feira, dia 22 de abril de 1500, quando o almirante português Pedro Álvares Cabral chegou com sua esquadra à terra onde viviam os índios Tupiniquim. Na língua deles, o lugar chamava-se Pindorama, Terra das Palmeiras.
O primeiro encontro entre portugueses e índios foi marcado pela curiosidade dos dois povos que não se conheciam. Em vez de se defenderem, os índios que visitaram o navio português o fizeram dançando. “O Brasil nasceu dançando”, brinca o antropólogo Antônio Risério, um apaixonado pelo assunto.
“Os portugueses estavam vestidos, usavam barbas, tinham armas de fogo e ferro e já haviam encontrado e conquistado vários povos e várias terras. Seu objetivo era conquistar a Índia, mas eles aproveitaram para tomar posse do novo território e incluí-lo em seu vasto império ultramarino”, diz o jornalista e escritor Eduardo Bueno, em Brasil: Terra à Vista – A Aventura Ilustrada do Descobrimento.
Havia um grande contraste: “Os Tupiniquim estavam nus, raspavam os pêlos e usavam armas de pau e pedra. Com elas haviam conquistado aquelas praias ensolaradas, expulsando para o sertão os antigos senhores da costa, os Tapuia”.
Por que Ilha Brasil?
O Brasil não tem esse nome somente por causa do pau-brasil, aquela árvore também conhecida como pau-de-tinta, usada para tingir tecidos. É o que conta o jornalista Eduardo Bueno.
“A palavra `brasil´ é repleta de significados – e muito mais antiga que o nome da árvore. De fato, uma das tantas ilhas mitológicas espalhadas pelo Mar Tenebroso se chamava Hy Brazil.
Era um território lendário, associado à trajetória de São Brandão, místico irlandês que, no ano 565 da era cristã, tinha partido para o oceano em busca de uma terra sem males.
Depois de terrível peregrinação náutica, o religioso enfim chegou a uma ilha ‘movediça, ressoante de sinos sobre o velho mar’. Batizou-a de Hy Brazil, a Terra da Bem-Aventurança. Brazil provém da palavra celta bress, origem do inglês bless – que quer dizer abençoar”, conta o escritor.
O que contou Caminha sobre o descobrimento do Brasil
Para contar as novidades da nova terra, o escrivão Pero Vaz de Caminha escreveu carta ao rei de Portugal, Dom Manuel I, o Venturoso. Essa carta que descreve as belezas naturais da terra descoberta é chamada por historiadores de certidão de nascimento do Brasil. Vale a pena dar uma lida nela com atenção. Há muitas palavras difíceis, mas o desafio fica ainda mais divertido. Use um bom dicionário.
Confira aqui o texto integral da carta de Caminha.
Mas esta não foi a única carta sobre o descobrimento do Brasil… haviam outras duas:
Está em exposição em Lisboa a Carta do Mestre João (ou João Faras) uma das três cartas (junto com a carta de Pero Vaz de Caminha e a Relação do Piloto Anônimo) que documentam a expedição de Pedro Álvares Cabral, que há 522 anos marcaram o descobrimento do Brasil.
A carta, que pode ser vista até 2 de junho na Fundação Calouste Gulbenkian, ilustra pela primeira vez na história o Cruzeiro do Sul, constelação que era referência fundamental para as embarcações e aeronaves que desciam do Hemisfério Norte para a outra metade da Terra.
Descobrimento do Brasil Frota Cabral
A expedição de Pedro Álvares Cabral, que culminou com o descobrimento do Brasil, contava com 13 embarcações, sendo nove naus, três caravelas e uma naveta de mantimentos. Os líderes de cada uma das embarcações eram: Pedro Álvares Cabral, Sancho Tovar, Simão de Miranda de Azevedo, Aires Gomes da Silva, Nicolau Coelho, Nuno Leitão da Cunha, Vasco de Ataíde, Bartolomeu Dias, Diogo Dias, Gaspar de Lemos, Luís Pires, Simão de Pina e Pero de Ataíde.
A expedição de Cabral também contava com 1200 a 1500 homens, que zarparam de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Após zarpar, a expedição navegou diretamente para o arquipélago de Cabo Verde, portanto, tomou uma rota distante da costa africana. A rota usual dos portugueses no rumo da Índia era mais próxima da costa, mas o caminho distinto sugere que eles tinham um roteiro diferente das demais expedições.
Curiosidades sobre o Descobrimento do Brasil
O pagamento de Pedro Álvares Cabral foi de 10 mil cruzados (o equivalente a 35 quilos de ouro). Ele também poderia comprar e vender 30 toneladas de pimenta e 10 caixas de outra especiaria. Um marinheiro comum, por sua vez, ganhava 10 cruzados mensalmente, além de 10 quintais de pimenta|7|.
Pedro Álvares Cabral tinha 1,90 m de altura.
Era comum que, nessas expedições marítimas da Idade Moderna, prostitutas fossem levadas escondidas nas embarcações.
O escorbuto (doença causada pela falta de vitamina C) era uma das doenças que mais afetavam os marinheiros no período das grandes navegações.
Ainda não se sabe o que houve com a nau de Vasco Ataíde (uma das 13 naus da expedição de Cabral), mas acredita-se que tenha naufragado durante uma tempestade.
O primeiro nome dado ao Brasil foi Ilha de Vera Cruz, e depois passou a chamar-se Terra de Santa Cruz.
Outro nome pelo qual o Brasil foi chamado, à época, foi Terra dos Papagaios, em decorrência da quantidade de papagaios que havia aqui.
Pero Vaz de Caminha, quando relatou o achamento do Brasil para o rei português, acreditou que as novas terras eram, na verdade, uma ilha.
A ilha de Fernando de Noronha tem esse nome em referência a Fernão de Loronha, fidalgo português que recebeu a ilha como capitania do rei de Portugal, em 1504.
Estima-se que, quando da chegada dos portugueses, aproximadamente, sete milhões de indígenas viviam no território brasileiro.
Quando a expedição de Cabral partiu do Brasil, em 2 de maio de 1500, dois grumetes desertores e dois degredados foram deixados no território com os nativos.
Antes de chamar-se Pedro Álvares Cabral, o nome do líder da expedição portuguesa era Pedro Álvares Gouveia. A troca de nome deu-se com o abandono do sobrenome de sua mãe, d. Isabel Gouveia, e a adesão do sobrenome de seu pai, Fernão Cabral.
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