PSOL entrega cargos e deixa governo do PT na Bahia
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) decidiu entregar os cargos e deixar o governo de Jerônimo Rodrigues (PT) na Bahia. A decisão também tira o partido do Conselho Político que reúne, além do governador e do vice Geraldo Júnior (MDB), representantes de outras 11 legendas.
A saída do partido da base acontece em paralelo a eleição de uma nova diretoria do partido, que ocorreu no domingo (17), e discordâncias públicas de gestão entre o governo do petista Jerônimo Rodrigues e as principais lideranças do PSOL no estado.
Entre os pontos de embate estão segurança pública, questões ambientais e a relação com o servidor público. Candidato a vice-governador em 2022 pelo partido, Ronaldo Mansur foi eleito novo presidente do partido na Bahia. Ele defendeu um PSOL de “cara própria” e independente.
A reportagem procurou a Secretaria de Relações Institucionais do Estado para comentar a saída do PSOL, mas até a publicação da reportagem não houve resposta.
Os motivos
No congresso, o partido listou algumas discordâncias com a gestão estadual. O Conselho Político com 12 partidos e liderado pelo governador foi alvo de críticas e chamado de “espaço artificial, criado para transmitir uma aparência democrática, mas que não significou nenhum avanço político em pontos cruciais para a melhoria de vida da população”.
Único membro do partido com cargo eletivo, o deputado estadual Hilton Coelho chamou a política de segurança pública, que enfrenta uma onda de violência em Salvador, de “política de segurança de extermínio da população negra”. Veja outros motivos.
- 👉Discordâncias de política de segurança pública
- 👉 Críticas ao conselho político liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues
- 👉Discordâncias com a política estadual de segurança pública
- 👉Discordâncias com a gestão ambiental do estado
- 👉Discordâncias com a relação entre governo do estado e servidores públicos
Os cargos
Na prática, a entrega de cargos causa poucas baixas na gestão Jerônimo. O PSOL tinha apenas duas indicações, que devem deixar o governo nos próximos dias, ou, caso decidam permanecer nos cargos, devem se afastar do partido. Ambas lotadas na Fundação Pedro Calmon, um braço da Secretaria de Cultura do Estado.
- 👉Franklin de Carvalho Oliveira Junior – Diretor do Centro de Memória da Bahia
- 👉Jorge da Cruz Vieira, o Jorge X – Diretor do Arquivo Público do Estado da Bahia
Veja o que disseram algumas lideranças do partido após a decisão do rompimento:
Hilton Coelho, deputado estadual
“Definimos posições que tiraram o PSOL de qualquer suspeita de ambiguidade. A política do PSOL é de esquerda na Bahia, é contra o extermínio, é contra o desastre ambiental promovido por uma política que não tem nada a ver com a política de esquerda. A política do PSOL é afirmativa, da perspectiva ‘ecossocialista’, é afirmativa de um poder popular”.
Ronaldo Mansur, eleito novo presidente do partido na Bahia
“O PSOL estará combatendo o carlismo e seus satélites, a direita conservadora, a direita extremista, bem como não renunciaremos a nossa liberdade de fazer oposição programática a Esquerda!. Nenhum partido se constrói pedindo bênção a ninguém!. Somos o PSOL de cara própria”.
Kleber Rosa, candidato do partido ao governo da Bahia em 2022
“Parabéns ao companheiro @ronaldomansur09 , eleito hoje presidente do Psol Bahia!”
Marcos Mendes, ex-vereador de Salvador
“O momento foi histórico e decidimos, por maioria, continuar construindo um PSOL independente, autônomo, socialista, revolucionário e de luta.”
(G1 Bahia)