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Esperança marca entrega dos primeiros apartamentos do Residencial Mané Dendê

Maior iniciativa de urbanização da história do Subúrbio Ferroviário de Salvador, o Novo Mané Dendê já começa a dar seus primeiros frutos na região. Nesta segunda-feira (25), a Prefeitura fez a entrega de 120 imóveis do mais recente empreendimento habitacional construído em Ilha Amarela para abrigar famílias que residiam em situação precária de moradia, no perímetro dos trechos onde ocorrem as obras da primeira etapa do projeto. O prefeito Bruno Reis esteve presente na ocasião, acompanhado do secretário municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Luís Carlos Souza, e do secretário nacional de Habitação, Alfredo Santos, dentre outras autoridades.

O prefeito lembrou que, antes do projeto, a população da região vivia em condições precárias, sem qualidade de vida, e que as intervenções transformarão todo o entorno do conjunto habitacional. “Desenvolvemos nessa região da cidade o maior programa de requalificação integrada da história de Salvador. Estamos investindo cerca de R$600 milhões em financiamento, para realizar uma obra dessa dimensão”.

O residencial possui total de 260 unidades, e os primeiros beneficiários a ocupar os imóveis foram selecionados pela Caixa Econômica Federal (CEF), através do antigo programa Minha Casa, Minha Vida, que foi repaginado e agora é conhecido como Casa Verde e Amarela.

“Somente em 2021, a atual gestão, em parceria com a Caixa e com o Governo Federal, entregou mais de 1,7 mil moradias. Temos mais 230 residências para entregar no Residencial Mar Azul, em São Tomé de Paripe, onde as famílias esperam há 14 anos para ter um lugar para morar. A Prefeitura colocou recursos para concluir as obras no ali e, até o final do ano, as pessoas estarão recebendo suas moradias definitivas. Portanto, vamos passar de duas mil casas entregues neste primeiro ano de gestão”, afirmou Bruno Reis.

O prefeito destacou ainda que as famílias que moravam em torno do Rio Mané Dendê viviam em casas sem espaço para o descarte do lixo, que precisavam jogar a água do consumo no rio, que acabou se transformando em esgoto. Agora, a realidade começa a ser bem diferente.

“Mesmo não sendo de nossa responsabilidade, hoje recebem as chaves as 120 famílias que morarão aqui com toda dignidade. Elas tinham que conviver com esgoto dentro de suas casas, ratos e baratas. Agora estamos transformando a vida das pessoas. Todos têm direito e vão receber as casas. Nesse tipo de empreendimento, normalmente se paga R$50 de parcela. Mas, aqui, a prefeitura pagará. Estamos assumindo mais R$3 milhões para que os moradores não tenham essa obrigação”, finalizou.

Residencial – De acordo com a Seinfra, as 120 famílias do residencial Mané Dendê não pagarão as parcelas correspondentes ao valor do imóvel, uma vez que todas elas serão reassentadas devido às obras do Mané Dendê. As 140 unidades restantes seguem em análise pela CEF. São 13 prédios com apartamentos de 47m², alguns adaptados para pessoas com deficiência.

Cada apartamento possui dois quartos, sala, banheiro e cozinha/área de serviço. Para o lazer dos moradores, há parquinho, quadra de esportes, quiosque, área verde e centro comunitário.

Outras 710 unidades habitacionais serão construídas pelo Projeto Novo Mané Dendê, dentro da própria área da bacia do rio, em trechos ainda desocupados e em vazios que surgirão a partir da implantação das obras previstas nas áreas de saneamento, infraestrutura e de requalificação urbana.

“Na semana passada, quando estive aqui, notei a preocupação que a Prefeitura tem em selecionar adequadamente a quem vai beneficiar. Ali estavam pessoas realmente necessitadas. Isso é uma construção coletiva e clara de respeito ao dinheiro público. São R$350 milhões de investimento em um momento de crise financeira. Este é o papel de quem cuida de sua população. Temos aqui em Salvador um parceiro, alguém que entende de que pouco importa a coloração partidária”, destacou o secretário nacional de Habitação.

Reassentamento monitorado – Nesta modalidade a família procura um imóvel na região com características e valores semelhantes aos da sua habitação atual. A partir disso, o imóvel será avaliado pelos engenheiros do projeto, a fim de verificar se há boas condições de moradia, conforto e segurança. A Prefeitura, portanto, realiza o pagamento do imóvel escolhido em nome da família reassentada.

Transformação – Com as obras iniciadas em abril passado, o projeto Novo Mané Dendê vai beneficiar diretamente 10 mil habitantes e outros 35 mil de forma indireta nos bairros Alto da Terezinha, Itacaranha, Plataforma, Rio Sena e Ilha Amarela. O objetivo é contribuir para a melhoria do bem-estar econômico e da qualidade de vida da população da Bacia do Rio Mané Dendê, nas esferas econômica, social e de saúde através da melhoria sustentável das condições socioambientais e de urbanização.

O titular da Seinfra explicou que a entrega é um reassentamento das famílias que viviam à margem do Rio Mané Dendê, que precisaram ser realocadas devido a necessidade de revitalizar aquela região. “Por isso precisamos retirar os moradores daquelas condições, assentando neste residencial. A Prefeitura contou com o apoio da Caixa Econômica Federal para avaliação técnica dos relatórios desenvolvidos pelo município que, por sua vez, pagou pelo empreendimento, a fim de alojar as famílias que viviam à margem do rio”.

Como principais efeitos da intervenção na área, estima-se que sejam o ordenamento urbano, o saneamento e a recuperação da qualidade ambiental da bacia e das águas do Rio Mané Dendê e consequentemente das cachoeiras de Oxum e Nanã, referentes paisagísticos, culturais e religiosos do Parque São Bartolomeu, situado no entorno da área de intervenção. No total, os benefícios vão alcançar 800 mil m² de área e as melhorias envolvem diversas áreas.

Realização – Ex-moradora da Rua do Canal, a vendedora Carla Vandrea Coelho da Silva, de 37 anos, é uma das novas proprietárias de um dos apartamentos no Residencial Mané Dendê. “A situação era um pouco precária. Devido ao fato de morar em um brejo, eu convivia bastante com alagamentos. Com o tempo, mesmo realizando reformas, a casa foi se degradando por conta da ação da água e da lama. Hoje temos uma moradia digna para toda a família e só temos a agradecer”.

“No Rio Sena eu vivia em péssimas condições. Para impedir que a água do esgoto invadisse a casa, precisamos erguer um muro com cerca de dois metros e meio de altura. Ainda assim a água invadia. Os alagamentos eram frequentes, apesar do revestimento, causando mau cheiro e mofo, não permitindo o mínimo de qualidade de vida. Hoje temos uma estrutura melhor, tivemos toda atenção, explicações e detalhamento das moradias e demais intervenções”, relatou a cuidadora de idosos Ana Paula Silva dos Santos, de 45 anos.

SECOM

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