Câmara debate “Saúde Mental do Trabalhador(a), na Pandemia”
A Câmara Municipal de Salvador realizou uma sessão especial com o tema “Saúde Mental do Trabalhador(a), na Pandemia”. A atividade legislativa, na manhã desta quarta-feira (1º), foi conduzida de forma virtual pelo vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB). Conforme o parlamentar, o assunto é dos mais importantes, sobretudo em razão da campanha Setembro Amarelo, de combate ao suicídio.
A sessão tratou da necessidade de desenvolver medidas mais eficazes para proteger o conjunto da sociedade, uma vez que a síndrome do pânico, a ansiedade e a depressão passaram a fazer parte do cotidiano de uma boa parte das famílias brasileiras, durante a pandemia da Covid-19.
Para Augusto Vasconcelos, pautar a saúde mental não é apenas discutir aspectos psicológicos. Ele reforçou que trata-se de questões sociais e que tem conexão com aspectos políticos e econômicos. Nessa perspectiva, ele considerou que a Medida Provisória (MP) nº 1045/21, aprovada em agosto na Câmara dos Deputados, pode intensificar os danos causados à mente dos trabalhadores.
Na avaliação do vereador, a matéria objetiva renovar o programa de redução ou suspensão de salários e jornada de trabalho com o pagamento de um benefício emergencial aos trabalhadores, mas através de várias emendas institui na prática uma nova Reforma Trabalhista.
“Mesmo aqueles que não perderam seus empregos, encontram-se no mercado de trabalho extremamente pressionados, com ameaça da substituição da mão de obra e, inclusive, com a possibilidade da precariedade das relações de trabalho agravadas pela Reforma Trabalhista. A MP nº 1045 é mais uma ameaça ao trabalhador porque ela promove, ainda mais, o barateamento dos custos da força de trabalho, promovendo um deslocamento de trabalhadores contratados pelo regime CLT, para uma forma mais precária, mais barata para o capital de fazer a contratação desses profissionais”, reforçou Augusto.
Na opinião dos palestrantes, o assédio moral, a pressão excessiva por resultados e o aumento da competitividade são fatores que, antes mesmo da pandemia, já provocavam o adoecimento mental.
Mesa de trabalho
A mesa de trabalho do evento foi composta pela médica sanitarista e diretora da Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador, Letícia Nobre; pela médica do Trabalho e mestre em Saúde, Ambiente e Trabalho, Suerda Fortaleza Souza; pela psicóloga do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, Valdisia Pereira da Mata; pela psicóloga clínica e organizacional, Juliete Barreto; e pelo procurador do Ministério Público do Trabalho na Bahia, Pacífico Rocha.